O recém eleito presidente do Chile, Sebastián Piñera, enfrenta as primeiras manifestações populares. No domingo, 22, além dos milhares que tomaram as ruas centrais de Santiago, houve mais 27 concentrações por todo o país pelo fim do sistema privado de aposentadorias.
O presidente da organização No+AFP (chega de Administradoras de Fundos de Pensões), Luis Mesina, afirmou que a participação popular superou as expectativas. “As pessoas estão muito indignadas porque desde o governo passado [de Michele Bchelet] e agora com este governo, temos recebido apenas desdém, demagogia e mentiras; nada de concreto. As aposentadorias seguem caindo e essa é a razão fundamental porque esse movimento segue com tal participação”, destacou. Esta mobilização foi convocada assim que o governo de Piñera anunciou uma reforma no sistema de previdência.
O sistema de AFPs foi criado durante a ditadura de Pinochet e serve para manter cheios os bolsos dos donos das administradoras que manejam ativos de 170 bilhões de dólares resultado das contribuições recolhidas a trabalhadores.
As aposentadorias são determinadas por variações de mercado uma vez que os fundos ‘administrados’ aplicam no mercado financeiro e daí supostamente tiram os recursos para pagar as pensões. O resultado é uma queda nos pagamentos e uma insegurança repassada aos aposentados que leva os chilenos de todas as idades a se unirem para combater.