A China advertiu os EUA para que não transforme o espaço “em novo campo de batalha”, em declaração do porta-voz da chancelaria de Pequim, Hua Chunying, na quarta-feira (19). Na véspera, Trump havia pedido o estabelecimento do “Comando Espacial”, uma nova divisão do Pentágono, equivalente às outras forças, voltada para operações militares no espaço.
“A China tem consistentemente proposto o uso pacífico do espaço e se opõe ao armamento do espaço e à corrida armamentista espacial”, disse Hua em entrevista coletiva, registrou a AFP. “Nós nos opomos ainda mais a transformar o espaço no novo campo de batalha”.
O novo comando desdobra a proposta de Trump, em junho, de criação de uma “Força Espacial”, um novo ramo militar que estaria alinhado com o Exército, a Força Aérea, a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.
Em memorando dirigido ao chefe do Pentágono na época, Trump descreveu seu “Comando Espacial dos EUA” como um “Comando Combinado Unificado Funcional”. Ele solicitou ao general Mattis a recomendação de nomes para o novo comando, para nomeação e confirmação do Senado. A medida precisa ainda da aprovação do Congresso dos EUA.
Segundo a agência de notícias AP, a estimativa de custo para o novo comando é de até US$ 800 milhões, e se espera que seu financiamento seja incluído no orçamento para o ano fiscal de 2020.
Desde os anos Reagan, os EUA vêm ensaiando militarizar o espaço, mas esse projeto tem sido adiado devido a questões de tecnologia, recursos e amplo repúdio internacional. O projeto fracassado de Reagan ganhou o apelido de “Guerra nas Estrelas”, em razão do sucesso do filme na época.
No sentido contrário, a cooperação internacional no espaço permitiu avanços como a Estação Espacial Internacional (ISS), estando em discussão projeto de uma base permanente lunar.