A China rechaçou na quarta-feira (7) a ingerência dos EUA nos assuntos internos da Venezuela e instou Washington a parar de intimidar outros países. “O partido político que deve governar um país é uma questão interna e deve ser decidida por seu povo”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying.
“O que os EUA disseram e fizeram constitui grosseira interferência nos assuntos internos da Venezuela e viola severamente as normas básicas que regem as relações internacionais. A China se opõe firmemente a isso”, disse ela.
A declaração é uma resposta à chantagem, manifestada pelo conselheiro de Segurança Nacional do regime Trump, o maníaco de guerra John Bolton, para que China e Rússia suspendam o apoio e o intercâmbio comercial com a Venezuela, ou suas empresas também serão sancionadas. Ou, ainda, que sob um eventual governo do fantoche Juan Guaidó, as dívidas contraídas com a China e a Rússia não seriam pagas.
Na segunda-feira, Trump concretizou por ordem executiva sua promessa de fazer “um embargo ou uma quarentena” contra a Venezuela, formalizando a pilhagem de ativos venezuelanos nos EUA e acelerando as sanções contra Caracas e quem quer que siga comerciando com os venezuelanos.
Hua acrescentou que “os fatos provaram repetidas vezes que as sanções nunca ajudarão a resolver a questão venezuelana. Em vez disso, essas medidas só aumentarão o risco de a situação ficar fora de controle”.
A China instou Washington a “retornar ao caminho correto de respeito ao direito internacional e apoiar o processo de diálogo entre o governo venezuelano e a oposição”. A porta-voz também aconselhou os EUA a aprender com a história e parar imediatamente de criar discórdia.
Quanto às ameaças diretas emitidas por Bolton, a porta-voz da diplomacia chinesa ressaltou que “a cooperação entre a China e a Venezuela, conduzida legitimamente com igualdade, benefício recíproco, resultados de ganho mútuo e princípios de mercado, trouxe benefícios aos dois países e povos e não permite a interferência de outros”.
“A China está plenamente convencida de que a cooperação China-Venezuela seguirá como habitualmente, não importa como a situação mude”, completou Hua.