Inaceitável também a supressão de empresas de alta tecnologia de outros países nos Estados Unidos, sublinhou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun
A China se opõe à politização de questões de natureza tecnológica por parte pelos Estados Unidos, imposição de bloqueios e sua supressão de empresas de alta tecnologia de outros países, afirmou no Conselho de Segurança da ONU o embaixador permanente, Zhang Jun, o que, denunciou, visa manter o monopólio da ciência e tecnologia, mas está claramente fadado ao fracasso.
“Nós nos opomos à politização de questões de natureza tecnológica. O mundo da ciência não é um campo de batalha de soma zero. A inovação tecnológica não deve produzir apenas um campeão”, destacou Zhang em reunião do CS que discutiu tecnologia e segurança na segunda-feira (23).
Referindo-se a recentes bloqueios norte-americanos de todo tipo, o representante chinês enfatizou ser preocupante que “certos governos tenham politizado questões de natureza científica e tecnológica, generalizado o conceito de segurança nacional, abusado do poder do Estado e intensificado desenfreadamente a supressão de empresas de alta tecnologia de outros países”.
“Para manter seu monopólio em ciência e tecnologia, eles estabelecem círculos exclusivos”, observou Zhang.
“Impuseram bloqueios tecnológicos a outros países e se envolveram em práticas de intimidação em ciência e tecnologia. Eles interferiram e obstruíram a cooperação econômica, comercial, científica e tecnológica entre países”, acrescentou.
Para o embaixador chinês, tal abordagem, que carrega “a mentalidade obsoleta desenvolvida pelos EUA durante a Guerra Fria, o que contraria o espírito de cooperação internacional e a tendência dos tempos, prejudica os interesses coletivos de todos os países e está fadada ao fracasso”.
Zhang os exortou a adotarem uma “abordagem racional e de mente aberta”, a verem “o desenvolvimento científico e tecnológico e a cooperação internacional da perspectiva correta” e também a pararem “os ataques e restrições infundados a empresas de alta tecnologia de outros países”.
Diante dos desafios globais, ele assinalou, “a solidariedade e a cooperação são o caminho certo”. O diplomata acrescentou que a China pede aos países envolvidos que “parem de criar divisões em todo o mundo”, incluindo a região da Ásia-Pacífico, “parem de traçar linhas com base de ideologia e de usar medidas coercitivas para forçar outros países a tomar partido”, e “parem de dissociar economia e ciência e tecnologia e com as práticas destrutivas que afetam a estabilidade na cadeia de suprimentos global e a recuperação econômica”.
O embaixador chinês também observou que os desenvolvimentos tecnológicos podem ser uma fonte de risco e que a comunidade internacional deve ver a ONU como o principal canal para diálogo ativo, intercâmbio e cooperação e gerenciamento conjunto dos riscos, formulando e aprimorando regras e normas universalmente aceitas.
“É necessário coibir o abuso da tecnologia da informação, da vigilância cibernética, dos ataques cibernéticos e da corrida armamentista no ciberespaço. É crucial impedir que os terroristas usem a internet para recrutamento, financiamento ou organização de ataques terroristas. É importante para evitar que a internet se torne um foco de discurso de ódio, racismo, pornografia e violência”, disse Zhang.
O embaixador chinês também mencionou a necessidade de apoiar a capacidade de P&D dos países em desenvolvimento e de reduzir a brecha digital para superar a lacuna de desenvolvimento, ressaltando que os países em desenvolvimento devem ser apoiados no uso de produtos de tecnologia de ponta e big data para melhorar a governança social e efetivamente prevenir e reprimir os crimes.
“A China saúda o diálogo inclusivo e contínuo no âmbito da Assembleia Geral para aumentar a confiança mútua e garantir que os países em desenvolvimento possam desfrutar plenamente de seu direito ao uso pacífico da ciência e tecnologia”, concluiu Zhang.