China condena pressões dos EUA à Europa para lhe impor sanções devido a comércio com Rússia

Porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lin Jian (Min. Exterior da China)

“A China tomará resolutamente contramedidas para salvaguardar nossa soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, adverte o porta-voz do Ministério do Exterior chinês

O Ministério do Comércio da China condena a pressão que Trump, realiza para que os membros do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, além dos EUA) e países da OTAN imponham tarifas ao país secundárias sobre as importações chinesas de petróleo russo: “Um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica”  na medida em que é  “totalmente legítimo e legal” para Pequim manter a cooperação econômica, comercial e energética normal com todos os países, incluindo a Rússia.

O porta-voz do Ministério do Exteriores chinês, Lin Jian, pediu que os Estados Unidos “exerçam cautela” em suas ações, resolvam diferenças econômicas com a China por meio do diálogo e trabalhem em conjunto para garantir a ordem comercial mundial e a estabilidade das cadeias de produção.

“Os fatos comprovam que coerção e pressão não conquistam corações e mentes, e muito menos resolverão alguma coisa”, afirmou o diplomata.

Lin frisou que Pequim “se opõe firmemente” a ser alvo de “sanções unilaterais ilícitas e jurisdição de longo alcance”, alertando que, se os direitos e interesses da China forem prejudicados, ela “tomará resolutamente contramedidas para salvaguardar nossa soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”.

No sábado passado, o governo de Washington havia solicitado aos ministros das Finanças do G7 que considerassem tarifas secundárias de 50% a 100% sobre as importações chinesas e indianas vinculadas ao petróleo russo. Trump também instou a UE a impor tarifas de até 100% sobre produtos de Pequim e Nova Déli, como parte de medidas para pressionar Moscou.

RÚSSIA FORTALECE COMÉRCIO COM PAÍSES NÃO IMPERIALISTAS

 A China é um aliado e grande parceiro econômico da Rússia, e aproximadamente 17,5% das importações chinesas de petróleo vêm do vizinho. Os laços geopolíticos e comerciais entre os dois países se intensificaram ao longo dos últimos anos, à medida que Moscou começou ser alvo de sanções por conta dos enfrentamentos na Ucrânia, em 2022, de modo que o governo russo se voltou a países da Ásia, África e América Latina para suas exportações e importações. Alem de fortalecer a produção nacional de muitos setores.

Durante uma visita recente a Pequim, o presidente russo Vladimir Putin alertou o Ocidente a não falar com potências econômicas como China e Índia em um tom “inaceitável”, citando suas vastas populações e fortes sistemas políticos internos.

TENSÕES ECONÔMICAS ENTRE EUA E CHINA

As tensões têm uma maior repercussão na medida em que, esta segunda-feira, em Madri, autoridades da China e dos EUA entraram em um segundo dia de negociações para tentar um acordo em questões que incluem tarifas e uma exigência dos EUA para o desinvestimento do TikTok pela empresa de tecnologia chinesa Bytedance.

Além disso, o órgão regulador do mercado da China afirmou que uma investigação preliminar descobriu que a fabricante de chips norte-americana Nvidia havia violado a lei anti-monopólio do país.

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