O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, declarou nesta quarta-feira (23) em Pequim que “a China espera que o diálogo entre a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e os EUA se realize sem tropeços e tenha resultados positivos.”
A declaração do governo chinês vem em seguida à declaração de Donald Trump de que a reunião entre ele e o Presidente da RPDC, Kim Jong Un, poderia não acontecer em 12 de junho próximo como previsto inicialmente, e às afirmações feitas por membros do governo norte-americano contra a China e sustentadas por seus monopólios de mídia de que a China teria “endurecido” com Kim Jong Un, para que o máximo líder da RPDC também endureça com Trump, para dificultar a realização da cúpula entre os dois países e mostrar aos EUA a força da China na região asiática. Trump e o governo americano têm demonstrado apreensão quanto ao papel da China no mundo seja quanto à situação econômica e a disputa de mercados, seja do ponto de vista da ascensão do papel da China na cena política mundial.
“Sempre esperamos e apoiamos uma crescente confiança mútua entre EUA e RPDC através do diálogo direto com objetivo de impulsionar a desnuclearização da Península Coreana através de meio políticos”, disse o porta-voz do MINREX da China, Lu Kang, e acrescentou: “neste momento existe uma oportunidade histórica duramente obtida para resolver a questão da Península Coreana por meios políticos. Os dois países devem aproveitá-la” e finalizou sua regular conferência de imprensa afirmando que as duas partes continuam com os preparativos para a cúpula no dia 12 de junho e “esperamos que todas as partes aproveitem bem a oportunidade, se encontrem na metade do caminho, eliminem a interferência e atendam às respectivas inquietações de forma equilibrada. A China está comprometida a facilitar as conversações de paz sobre o tema da Península Coreana e só desempenhará um papel positivo nisso.”
É fato que os EUA, após Trump ter marcado a reunião com a RPDC, retomaram as realizações de manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul na fronteira com a RPDC. Tais manobras denominadas Max Thunder 2018, que acontecem desde o dia 11 de maio com previsão de terminar no fim do mês, são clara ação de ameaça à RPDC pois simulam a invasão e a destruição de alvos específicos em Pyongyang, são atos extremamente hostis à RPDC que não contribuem em nada para o avanço do diálogo Norte-Sul e nem para diálogo algum entre RPDC e EUA. Portanto, não adianta tentar culpar a China ou a RPDC por um possível retrocesso no diálogo que no momento só está sendo perturbado por provocações e indecisões de Trump e descaso com a busca de uma solução pacífica para a questão da Península Coreana. Que vença o diálogo!
ROSANITA CAMPOS