Zeng Guang, especialista do Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças Infecciosas da China, descartou a vinculação direta entre o atual aumento de doentes com Covid-19 no país e a simplificação do mecanismo sanitário levada a cabo pelo Governo, hipótese amplamente difundida na mídia ocidental.
Guang afirma que, de fato, a população está temporariamente mais exposta ao vírus, mas que isso se deve muito mais a temperaturas baixas e a uma queda nos níveis de anticorpos, fornecidos pelas primeiras doses injetáveis, tornando necessária a ampliação da vacinação.
O especialista considerou bem-sucedida a política de superar paulatinamente o fechamento estrito, além de um passo necessário para manter o desenvolvimento socioeconômico, a estabilidade social, a taxa de emprego e desenvolver as relações internacionais.
Garantiu que a situação na China continua controlada, que as diferentes regiões reajustam as suas estratégias de combate à Covid e antevê um cenário melhor na Primavera. A variante Omicron dominante nas partes do norte da China é o mutante BF.7, enquanto nas partes do sul da China o BA5.1 é dominante. Ambas as variantes têm uma maior taxa de transmissão, mas menor letalidade, enfatizou.
No mesmo fórum, promovido pelo jornal Global Times, o acadêmico Zhang Boli previu que na nação asiática o aumento dos casos de Covid-19 persistirá a curto prazo, atingirá um pico elevado de infecções entre janeiro e fevereiro de 2023, e depois virá a queda de contágios.
Ele também insistiu na necessidade de que a população se vacine, redobre os cuidados e a higiene pessoal.
Nos últimos dias, a China tomou várias medidas para simplificar o mecanismo de defesa epidemiológica, visando garantir o desenvolvimento socioeconômico e erradicar práticas de isolamento que causaram inquietação na população e provocaram protestos.
As autoridades de saúde de Pequim estão trabalhando na atualização dos protocolos para lidar com o Covid-19, planejam revelá-los muito em breve e espera-se que as mudanças continuarão a reabertura gradual do país, assinalaram. A otimização dos critérios deve significar oficialmente o fim da estratégia zero Covid-19, rigorosamente implementada na China desde 2020.
De fato, desde a semana passada o Governo cessou os confinamentos massivos e deixou de exigir testes de PCR para aceder a qualquer local público, exceto escolas, postos de saúde e casas de idosos.
Agora os assintomáticos e outras pessoas levemente acometidas se recuperam em casa e se procede ao reforço vacinal.