China e países árabes debatem comercializar petróleo em yuan

Xi Jinping ao lado do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman no encontro com os representantes dos países do Golfo Árabe (Xinhua)

Presidente Xi Jinping avalia que a viagem de três dias inaugurou uma nova era de relações entre árabes e chineses

O presidente chinês Xi Jinping afirmou que o fortalecimento da relação com os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) permitirá que o petróleo e o gás sejam negociados em yuans, em vez de dólares. Na sua avaliação, a entrada da moeda chinesa nos contratos de petróleo bruto reduziria o predomínio do dólar no mercado global, aumentando a independência dos países.

Para Xi Jinping, sua viagem ao Oriente Médio, onde permaneceu de quarta a sábado (7 a 10), inaugurou uma nova era nas relações com o GCC – integrado por Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Catar e Omã – e permitirá que esses países utilizem “plenamente” a Bolsa de Petróleo e Gás Natural de Xangai, a partir do envolvimento do yuan no comércio de hidrocarbonetos.

Ao mesmo tempo, o líder chinês comprometeu-se a continuar importando “grandes quantidades” de petróleo bruto dos países do coletivo, expandir as importações de gás natural liquefeito e fortalecer a cooperação na construção de dutos de petróleo e gás, serviços de engenharia, armazenamento, transporte e refino dos combustíveis.

A Arábia Saudita é o principal fornecedor de petróleo da China, que compra mais de 25% das exportações de petróleo bruto do reino. Nos últimos seis anos, os dois países vinham mantendo negociações eventuais sobre as suas contas de petróleo em yuans, e a iniciativa é um importante passo para a sua estabilização.

Conforme Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês, Xi Jinping não apenas participou da primeira Cúpula China-Estados Árabes e da Cúpula China-GCC na Arábia Saudita, mas também fez uma visita de Estado e realizou reuniões bilaterais com quase 20 líderes árabes. O encontro no Oriente Médio foi descrito como a maior e mais importante ação diplomática da China com o mundo árabe desde a fundação da República Popular.

Segundo Wang, que também é conselheiro de Estado, a viagem ao Oriente Médio foi um empreendimento pioneiro na diplomacia chinesa, sinalizando a opção estratégica de fortalecimento mútuo da solidariedade e da coordenação diante dos desafios globais.

Em seu discurso de abertura na primeira Cúpula China-Estados Árabes, Xi Jinping fez uma retrospectiva da história de trocas amistosas e ressaltou o espírito da amizade que se estende por milhares de anos. Ele pediu a todos que promovam uma integração ainda maior em um futuro compartilhado, defendendo seus interesses comuns, concentrando-se no desenvolvimento econômico, na cooperação bilateral, na paz regional e lutando pela segurança, tendo como princípio o aumento da compreensão e da confiança mútuas.

A Declaração de Riad da Primeira Cúpula China-Estados Árabes reforça que há um compromisso estratégico recíproco em investir no desenvolvimento e na segurança, fazendo todos os esforços para construir uma comunidade compartilhada, tendo como foco os próximos cinco anos. Os líderes reiteraram que as relações amistosas são e serão baseadas sempre no respeito, na cooperação igualitária e no benefício comum.

Durante suas reuniões com o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman Al Saud, o presidente chinês explicou que seu país considera prioritário o aprofundamento das relações com a Arábia Saudita.

O rei Salman declarou que há uma importante compreensão e identidade sobre muitas questões, frisando que os interesses da China também são os interesses da Arábia Saudita, acrescentando que as empresas chinesas são bem-vindas para participarem ativamente, contribuindo com o processo de industrialização do país.

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