O Ministério das Relações Exteriores da China exigiu nesta segunda-feira que o Canadá liberte imediatamente a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, presa por supostas “violações das sanções dos Estados Unidos contra o Irã”. Na prática, o sequestro visa atender o governo Trump na sua tentativa de deter o avanço da gigante chinesa de telecomunicações em um momento em que se define quem irá fornecer os equipamentos para as novíssimas redes 5G de telefonia celular.
“Mais uma vez instamos o Canadá a levar a sério a posição solene e a preocupação da China, libertar imediatamente Meng Wanzhou e deixá-la retornar ao nosso país em segurança”, declarou o porta-voz da chancelaria chinesa, Zhao Lijian, frisando que a posição sobre o caso é suficientemente “consistente e clara”.
“As evidências que foram tornadas públicas revelam claramente que os Estados Unidos e o Canadá abusaram de seu tratado de extradição bilateral e tomaram arbitrariamente medidas compulsórias contra uma cidadã chinesa, o que viola gravemente os direitos e interesses legítimos dos chineses”, acrescentou Zhao.
Conforme o porta-voz, a intenção dos Estados Unidos – e o governo canadense está agindo como seu cúmplice – é oprimir a Huawei e outras empresas chinesas de alta tecnologia, o que representa “um incidente político grave”. “Esta não é apenas a visão da China, mas também uma conclusão compartilhada pelo resto da comunidade internacional, incluindo as pessoas esclarecidas dos EUA e do Canadá”, frisou.
Zhao reiterou que o governo chinês está firmemente determinado a salvaguardar os direitos e interesses legítimos de seus cidadãos e empresas através de meios legais.
A Huawei desbancou a Samsung em vendas de celulares e se tornou a empresa líder neste segundo trimestre, mesmo com toda a perseguição dos EUA que vem enfrentando. Essa é a primeira vez em quase uma década, em que uma fabricante além da Samsung e da Apple lidera o ramo de smartphones, segundo a consultoria de mercados Canalys. A chinesa já tinha ultrapassado a norte-americana Apple no primeiro trimestre, quando então, assumiu o segundo lugar.
Meng estava fazendo conexão de vôo em Vancouver, quando foi detida no dia 1º de dezembro, e o Departamento de Justiça norte-americana quer sua extradição.