A Assembleia Nacional Popular da China (ANP) decidiu, por unanimidade, reeleger o presidente Xi Jinping para um segundo mandato, com duração até 2023. Ele foi reeleito durante o 13º Congresso Nacional do Povo, realizado no sábado (17).
Em seu pronunciamento sobre a reeleição, durante o juramento da Constituição, cerimônia que deu início ao novo mandato, o presidente da China afirmou que “exercerá honestamente” seus “trabalhos, aceitando a supervisão do povo” e que “trabalhará duramente para construir um país moderno e socialista”.
A eleição também definiu como novo vice-presidente da China Wang Qishan (69), substituindo Li Zhanshu (67), que foi eleito presidente da ANP.
O primeiro mandato de Xi Jinping teve início em março de 2013. Além da reeleição presidencial, ele foi reeleito presidente da Comissão Militar Central, órgão responsável pela direção das Forças Armadas da China.
Há cerca de uma semana, a ANP aprovou uma emenda à Constituição permitindo a reeleição sem restrição para presidente, que até então era limitada a dois mandatos consecutivos. A medida foi aprovada por ampla maioria, encerrando uma regra estabelecida em 1983, sob a liderança de Deng Xiaoping à frente do Partido Comunista, período conhecido pela criação do chamado “socialismo de mercado”.
A reeleição sem nenhuma restrição existiu até nos Estados Unidos até 1946, ano em que morreu o presidente Franklin Roosevelt, que se elegeu para a Presidência quatro vezes seguidas. Seu governo foi marcado pela retomada do crescimento e redução do desemprego como resposta à grande crise de 1929, assim como pelo combate aos privilégios e poderes ilimitados dos monopólios, que então já dominavam o país, e enfrentou inclusive o monopólio financeiro. A partir daí, o establishment norte-americano tratou de aprovar no Congresso o veto ao direito da população de eleger e reeleger seus dirigentes políticos de acordo com seus interesses, sem limitação.