China responde a sanções dos EUA com controle da exportação de materiais essenciais aos chips

Mineração de gálio na China (Reprodução)

Medidas foram decididas por Pequim diante do cerceamento imposto pela Casa Branca obstaculizando o comércio bilateral EUA/China na área de semicondutores

A China imporá controles de exportação de gálio e germânio, ambos usados ​​na fabricação de semicondutores avançados e outros componentes eletrônicos, a partir do próximo mês para salvaguardar a segurança e os interesses nacionais, anunciaram dois ministérios na segunda-feira (3).

“A fim de salvaguardar a segurança e os interesses nacionais, com a aprovação do Conselho de Estado, é decidido implementar controles de exportação de itens relacionados ao gálio e germânio”, o Ministério do Comércio (MOFCOM) e a Administração Geral das Alfândegas (GAC) disseram em um comunicado.

Tanto o gálio quanto o germânio são fundamentais na fabricação de semicondutores e outros eletrônicos. Por exemplo, o germânio é usado em fibras ópticas e semicondutores, enquanto o gálio é usado na fabricação de chipsets para dispositivos eletrônicos, como placas-mãe de computadores ou telefones portáteis.

A China é o maior produtor mundial de gálio bruto, usado na fabricação de chipsets para gerar ondas de invasão de alta frequência em estações base 5G, respondendo por 95% da produção global, de acordo com o provedor de informações do setor Fierce Electronics.

A China também é um importante fornecedor de germânio, que é usado principalmente em fibra óptica e infravermelha, plásticos PET, eletrônicos e painéis solares. A União Europeia, que importa 17% dos seus suprimentos de germânio da China, listou o metal como uma matéria-prima crítica.

A partir de 1º de agosto, oito itens relacionados ao gálio e seis ao germânio que atendam a determinadas características não poderão ser exportados sem aprovação prévia do Ministério do Comércio. Violações serão punidas com multas e denúncias criminais.

A medida foi tomada no momento em que os EUA e alguns de seus aliados estão insistentemente intensificando a repressão ao desenvolvimento tecnológico da China em vários campos, incluindo semicondutores, assinalou o jornal Global Times.

Exemplo recente é o anúncio feito na semana passada pelo governo da Holanda, sob pressão de Washington, de ordem ministerial restringindo as exportações de certos equipamentos avançados de semicondutores.

O que acarreta que a gigante de equipamentos de fabricação de chips ASML precisará solicitar licenças de exportação ao governo holandês para todas as remessas de seus sistemas de litografia DUV de imersão mais avançados.

A China expressou repetidamente insatisfação com a decisão holandesa e pediu a Amsterdã que respeite os princípios de mercado e os contratos, a fim de evitar danos à cooperação bilateral.

As autoridades chinesas também criticaram o abuso das medidas de controle de exportação dos EUA para manter sua hegemonia artificialmente, ao mesmo tempo em que cria interrupções e desestabilização nas cadeias de suprimentos globais.

À medida que os EUA e seus aliados continuam a intensificar sua guerra de chips e repressão tecnológica, é normal e, de fato, crucial para a China tomar medidas proativas para proteger seu desenvolvimento tecnológico e segurança e interesses nacionais, conclui o GT.

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