Chomsky condena ataques de Trump a tratados que limitam armas nucleares

Relógio do Juízo Final foi movido para mais perto da meia-noite a cada ano que Trump está no cargo”, denunciou- foto extraída de vídeo

Se não for prorrogado, tratado de controle nuclear Start irá expirar em fevereiro do próximo ano

Em entrevista ao programa Going Underground, da RT, o linguista Noam Chomsky, disse temer que já seja “tarde demais” para renovar o Tratado Start, de limitação de armas nucleares, programado para expirar em fevereiro do próximo ano. “As esperanças de prolongá-lo estão desaparecendo”.

Ainda segundo Chomsky, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump “está correndo para maximizar a ameaça das armas nucleares”.

“É por isso que o famoso Relógio do Juízo Final foi movido para mais perto da meia-noite a cada ano que Trump está no cargo”, acrescentou Chomsky.

Ele destacou que o Bulletin of Atomic Scientists, um grupo de cientistas e acadêmicos que gerencia o relógio, “abandonou os minutos [e] passou para segundos – 100 segundos para a meia-noite” em janeiro deste ano.

Trata-se do último grande acordo de controle de armas nucleares em vigor, assinalou, acrescentando que o presidente Donald Trump “por motivos frívolos está atrasando a renovação do tratado Start”. A possibilidade de renovação, por cinco anos, é uma cláusula do acordo em vigor.

Assinado em 2010 pelos então presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev, o tratado cortou pela metade o número de lançadores de mísseis nucleares estratégicos em uso por ambos os lados e estabeleceu limites para ogivas nucleares posicionadas.

Chomsky assinalou que Trump “continuou seus ataques ao regime de controle de armas que de certa forma limitou a enorme ameaça de destruição nuclear”.

Entre os tratados históricos abandonados por Trump estão o INF (Forças Nucleares de Alcance Intermediário) de 1987, que baniu os mísseis de alcance intermediário e curto, bem como o Tratado de Céus Abertos (OST) de 2002 que permitia, como medida de construção de confiança, voos de vigilância desarmados em todo o território de 35 participantes.

Chomsky também condenou os programas de novas armas nucleares do Pentágono, para os quais, segundo ele, “não haveria defesa”, possivelmente se referindo aos mísseis hipersônicos.

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