Sobe para oito o número de mortes causadas pelas fortes chuvas que castigam em Minas Gerais desde novembro. A última, um homem de 48 anos, ocorreu em Governador Valadares, no sábado (17), que foi soterrado após o desabamento da sua casa. Apesar de não figurar na lista de cidades em situação de emergência, o município sofre com as chuvas. Houve registros de alagamentos de ruas, queda de árvores e bairros sem energia.
Os óbitos, a maioria idosos, aconteceram na Região Metropolitana de Belo Horizonte e em outras regiões do estado. Além de Valadares, houve perdas de vida foram em Piraúba, Bom Jesus do Galho, Santa Luzia, Vespasiano, Bertópolis, Inhapime tambémem Presidente Bernardes.
No estado, 4.388 pessoas estão desalojadas e 1.156 estão desabrigadas. Além disso, 91 municípios decretaram estado de emergência. Entre 2021 e 2022, o total de desalojados e desabrigados em Minas Gerais ultrapassou os 60 mil.
A Defesa Civil de Belo Horizonte alertou para grande volume de chuvas na capital até a quinta-feira (22/12). Áreas de instabilidade atmosféricas também estão previstas, provocando pancadas de chuva acompanhadas de raios e rajadas de vento até o final da semana.
“Os próximos dias serão de chuva forte e volumosa que podem trazer transtornos à população sobre todas as regiões mineiras”, alerta o boletim emitido pelo órgão
O estado de Minas Gerais foi castigado pela última temporada chuvosa, na virada de 2021 para 2022. Além dos 30 mortos, 60.593 pessoas foram desalojadas e 9.538 ficaram desabrigadas, números bem superiores aos registrados nos anos anteriores.
[..] Acho muito importante que o governo federal olhe para Minas Gerais – não estou falando para Belo Horizonte. Ele é muito amigo do governador. Agora (Jair Bolsonaro), tem que mostrar que é amigo de verdade e enviar recursos para Minas Gerais”, cobrou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), durante o período de chuvas em Minas Gerais no ano passado.
Kalil disse ainda que o estado não precisa de “viagens de helicóptero”, mas de recursos financeiros. A crítica se refere ao sobrevoo de Bolsonaro sobre Belo Horizonte, no final de 2020, quando a cidade foi assolada por temporais.
Em janeiro, o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, a criticou os trâmites burocráticos que travam a assistência à população em situações de calamidade por parte do governo federal.
“Além de todos os problemas a serem enfrentados, os municípios precisam vencer a intensa burocracia do governo federal, que, teoricamente, disponibiliza recursos para socorrer”, disse ele. “Ficam (governo) só na teoria, porque a burocracia para ter acesso a esses recursos é tão grande que, muitas vezes, não chega a tempo para socorrer a situação”, apontou.
Além das dificuldades apontas pelo presidente da AMM para a liberação de recursos para ações de enfrentamento às enchentes, Bolsonaro cortou 75% da verba de 2021 de combate a desastre ambiental.
“Na reunião que os prefeitos da Grande Belo Horizonte tiveram (em janeiro), em que o governador ficou presente por cinco minutos, foi oferecida a bagatela, para todas as cidades da Região Metropolitana, de R$ 40 milhões. É falta de noção absoluta da necessidade e de dinheiro”, criticou Kalil.