O “ciclone bomba” que atingiu a região sul do Brasil, especialmente o estado de Santa Catarina, na tarde de terça-feira (30) já deixou ao menos 10 pessoas mortas. Cerca de um milhão de residências ficaram sem energia elétrica ou sem sinal de internet após o trágico fenômeno natural.
Segundo informações da Defesa Civil de Santa Catarina, os fortes ventos que atingiram cerca de 100 municípios do território chegaram a 137km/h na cidade de Siderópolis. No entanto, os municípios mais afetados pelo vendaval estão na região de Chapecó. Até o momento, não há um levantamento sobre os prejuízos econômicos do fenômeno.
BOMBA
Apesar de ciclones serem comuns nesta época do ano, houve um diferencial: “Essa queda intensa e brusca de pressão não é comum. Fez com que a pressão caísse rapidamente 24 hectopascal. Quando o ciclone se formou ontem, veio com forte chuva e ventos de 90 km/h. Isso provoca queda de árvores, destelhamento de casas e o mar fica agitado”, diz a meteorologista do Tempo Agora, Doris Santos Palma, ao explicar o motivo do ciclone ter ganhado o apelido de “bomba”.
Ainda para esta quarta-feira (1º), há previsão de fortes ventos na faixa litorânea do Estado até o meio dia. No momento, o vendaval já atinge a região com velocidades em torno de 100km/h. Por isso, considerando as previsões, a recomendações são de suspensão dos serviços pesqueiros, já que os ventos podem causar ondas de até três metros de altura.
Além dos novos ventos para essa quarta, meteorologistas estimam queda de temperaturas, ocasionadas pela passagem do ciclone, para os próximos dias com possibilidades de neve para a Serra Catarinense. Além de Santa Catarina, o Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro também podem sofrer com rajadas de ventos e frente fria decorrente do “Ciclone Bomba”.
Em São Paulo, na terça-feira (30), duas lanchas e sete barcos afundaram em Peruíbe, no litoral paulista, em decorrência da ventania. A previsão é que no Estado os ventos atinjam 80km/h nesta quarta-feira.
O monitoramento do ciclone é constante e, segundo os meteorologistas, a queda de pressão costuma ocorrer em 24 horas. “Agora ele está se afastando para o oceano e, por estar associado à frente fria, vai chegar ao sudeste do país com menor intensidade, ainda assim com ventos que podem chegar a 100 km/h em São Paulo”, afirmou a meteorologista.
DEFESA CIVIL
É possível prever a formação de um ciclone, por isso cabe aos órgãos responsáveis, como a Defesa Civil, emitir alertas à população sobre a ocorrência de fortes temporais e ventos. O objetivo é prevenir a ocorrência de tragédias, como mortes.
Com a continuidade dos ventos, é preciso atenção porque as estruturas já estão danificadas e podem ocorrer novos acidentes com vítimas.
O ciclone avança agora para a região sudeste, mas está perdendo intensidade. “Em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os efeitos não vão se comparar aos do sul. Mas a ventania continua intensa, o litoral terá mar agitado e, em São Paulo, vai ter mais chuva e queda de temperatura”, garantiu a meteorologista.
A Marinha também emitiu um alerta de ressaca do mar desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro.