Para o senador, que retorna de uma licença médica, Bolsonaro “é um despreparado arrogante e prepotente que quer mandar”
O senador Cid Gomes (PDT-CE) afirmou, nesta segunda-feira (15), em entrevista a Tales Faria e Carla Araújo, do site UOL, que o presidente é um “despreparado, arrogante e prepotente que quer mandar”. Ele afirmou que seu julgamento deve ser feito pela sociedade e não com “um paredão, uma baioneta e um fuzil”.
“O que de bom Bolsonaro vai trazer para o Brasil, se é que se pode falar assim, é que o gueto nazista, fascista, egoísta, direitista, doente tem que voltar a ter vergonha de expor suas opiniões, como era há muito pouco tempo”.
“A repulsa a Bolsonaro”, diz Gomes, “pode fazer com que as pessoas sintam vergonha em pensar como o presidente”.
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O senador Cid Gomes afirmou durante a conversa que o presidente tem “relação intrínseca com a milícia do Rio de Janeiro”.
Ele citou o exemplo de um funcionário do ministério da Damares Alves que estava em Sobral em pleno motim dos policiais no início do ano. Cid destacou que “perceber que isso se estende a todo o Brasil não é ver chifre em cabeça de cavalo”.
O senador comentou que os filhos do presidente estiveram no Ceará dias antes e deu a entender que os policiais amotinados no estado foram influenciados por eles.
Ao falar sobre a impeachment de Bolsonaro, Cid Gomes disse que “como regra, eu sou contra [o impeachment de um presidente], não é específico do Bolsonaro, só em extremidade, desonestidade. Tem coisas que encostam perto dele e começam a justificar.
Mas, pelo exotismo ou despreparo, temos que pagar um preço”, argumentou, para logo em seguida lembrar que há acusações sérias contra o presidente, inclusive de genocídio na questão da pandemia. Segundo ele, “tem que haver apuração. Se houver coisas concretas, a coisa muda de figura”.
Cid Gomes afirmou que sua demissão do Ministério da Educação foi o início do fim do governo Dilma. “Não pela minha saída em si, mas pelo que representou em termos de alianças”, esclareceu.
O pedetista defendeu a política de seu irmão Ciro Gomes de se diferenciar do PT. “Ele tem o desafio de se diferenciar do Bolsonarismo e do petismo. Do bolsonarismo é mais fácil”, disse ele. Segundo o parlamentar, “fazendo isso, ele poderá dialogar com uma faixa ampla da sociedade, já que esses dois grupos têm no máximo 40% juntos”.
Cid Gomes afirmou que a direção central do PT aparelhou a Petrobras para conseguir vantagens financeiras e propina. Ele fez questão de diferenciar as coisas. Disse que o “comando nacional petista se corrompeu”. “Você vai querer negar o que aconteceu? Essa coisa de loteamento de cargos de lugares que estrategicamente tratam de muito dinheiro, quem começou foi o PT. O PT foi quem quis aparelhar a Petrobras e disso tirar vantagem”, disse.