O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe de estado, decidiu manter o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, após ele entregar mais informações sobre os planos criminosos feitos no antigo governo, complicando ainda mais a situação já crítica de seu ex-chefe.
Cid prestou depoimento à Polícia Federal, na terça-feira (19), e ao próprio ministro, nesta quinta-feira (20), depois da deflagração das operações sobre a tentativa de assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Moraes.
Seu acordo estava em xeque, uma vez que ele omitiu informações importantes.
Segundo o UOL, Mauro Cid deu novas informações que agora incluem a participação do general Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro, além de vice na chapa de Jair em 2022.
Um dos pontos seria uma reunião no apartamento de Braga Netto em que foi discutido o plano de golpe de estado.
A investigação revelou que, após uma reunião na casa de Braga Netto em 12 de novembro de 2022, o grupo golpista começou a monitorar a movimentação de Lula, Alckmin e Moraes.
“Esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022”, escreveram os investigadores.
Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Braga Netto e mais 34 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Com o relatório final da investigação apresentado pela corporação, cabe ao Ministério Público Federal (MPF) decidir se apresenta uma denúncia contra os envolvidos. Caso as denúncias sejam aceitas, eles se tornam réus.