O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou, durante sabatina realizada na quarta-feira (12), que pretende “revogar a Emenda Constitucional do Teto de Gastos (EC 95/2016)”, aprovada por Temer e Henrique Meirelles, e tributar lucros, dividendos e heranças de forma progressiva.
Enquanto congela os gastos públicos com os setores sociais, isto é, saúde, educação, ciência e tecnologia e etc., pelos próximos 20 anos, a emenda não mexe os valores astronômicos que o Estado transfere para os bancos através dos juros. Esta foi a primeira medida de destruição nacional aprovada pelo governo Temer, ainda em 2016. Para Ciro, é urgente a revogação desta medida, como afirmou na entrevista organizada pelo jornal O Globo, Época e Valor.
Para o presidenciável, é necessário acabar com os privilégios instituídos através do atual sistema de taxação, através da taxação progressiva. Ciro afirmou que pretende taxar de forma profunda as heranças. “Na América do Norte, o imposto sobre herança é de mais de 20%. No Brasil, é 4%”, explica. Além disso, dificultará o acesso às isenções fiscais para setores que não precisam, como a indústria automobilística.
Ele resumiu: “Tributos sobre lucros e dividendos, imposto progressivo sobre herança e pente fino na renuncia fiscal”.
Apesar dessas propostas de Ciro na área econômica, vale registrar que o economista de Ciro, Mauro Benevides Filho, defende um “ajuste fiscal” se o pedetista chegar ao governo.
O pedetista fez críticas a postura do PT nestas eleições. Para ele, “o PT só pensa em si. A burocracia do PT só pensa em si”, a começar com a insistência de que Lula seria candidato. “Todos eles sabiam que Lula não ia ser candidato, e o que que fizeram? Ao invés de respeitar a inteligência do povo, manipularam até ontem (11) [data em que Haddad assumiu a candidatura à presidente] a idéia para fraudar a idéia do Lula vítima”, afirmou o presidenciável.