O ex-governador Ciro Gomes, que concorreu à Presidência da República pelo PDT, comparou a chegada de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto com o mesmo processo que ocorreu em 1989 com a ascensão de Fernando Collor de Mello. O comentário de Ciro ocorreu durante a posse de Camilo Santana no governo do Ceará. A solenidade ocorreu na tarde desta terça-feira (1) na Assembleia Legislativa do Estado.
“Tenho conversado muito com o Camilo e, quando assumi o governo do Ceará era o Collor, e é muito parecido, em certo aspecto menos ruim do que hoje”, afirmou o pedetista. Na época, Fernando Collor de Mello também dizia que as cores da bandeira eram o verde e o amarelo e que seria duro contra a corrupção.
A expectativa era maior em relação a Collor do que é agora em Bolsonaro. Segundo pesquisa do Data Folha, feita nas vésperas da posse, 71% dos brasileiros achavam que o governo Collor seria ótimo ou bom. O mesmo instituto avaliou agora que 65% acham isso do governo Bolsonaro.
Collor seria apeado do poder pouco tempo depois com 91% da população reprovando seu governo, índice só superado por Dilma que chegou a 92% de rejeição.
Ciro lembrou que na época também havia o receio de que o Estado não fosse respeitado pelos novos ocupantes do Planalto. Mas, acrescentou, “eu talvez tenha sido o governador mais respeitado de todos, porque se você se comporta com decência o governo federal tem a obrigação de respeitar o Ceará”. (Leia mais)
“Vamos enfrentá-lo com muita dureza”, disse Ciro, referindo-se ao governo Bolsonaro, e ao fato de o governador Camilo Santana ser oposição. Durante a campanha, no segundo turno, Ciro Gomes declarou que não votaria em Jair Bolsonaro e o PDT aprovou a posição de apoio crítico a Fernando Haddad.
Para Ciro, aos poucos a tensão entre governo federal e oposicionistas nos estados se estabiliza. “Tem muito sangue quente das eleições, a turma do Bolsonaro provocando, um certo despreparo, da destruição da majestade do cargo da presidência, mas já temos vivência disso”, disse.
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