O pré-candidato a presidente pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, disse na segunda-feira (9) que “vai tentar” não fazer comentários sobre a prisão do ex-presidente Lula “para não animar aí uma opinião de sangue quente que às vezes não é o melhor conselheiro”. Sobre sua ausência no ato em defesa de Lula em São Bernardo, ao ser questionado pela reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, que isso inviabiliza o apoio do PT à sua candidatura, o ex-ministro respondeu: “pois é”.
Já na semana passada, Ciro rebateu críticas de não ter participado de um ato político em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira passada no Rio de Janeiro. “Não sou puxadinho do PT e não serei jamais. Nos últimos 16 anos eu apoiei o Lula sem faltar um dia. Eles que façam dessa história o que eles quiserem fazer”, disse. Ele defendeu sua candidatura a presidente da República e apontou que é preciso “desratizar” o país, numa referência ao fim da impunidade de atos de corrupção no setor público.
Perguntado por jornalistas se poderia ser o candidato apoiado pelo PT nas eleições presidenciais deste ano, Ciro avaliou que não é provável, porque a natureza do Partido dos Trabalhadores é de ter sempre um representante da legenda para o pleito. As informações foram dadas pelo Estadão Conteúdo.
Para Ciro, é preciso resgatar a serenidade na política e o diálogo a fim de acabar com a polarização nacional nesta área. “As instituições brasileiras já estão em frangalhos. Há um quadro generalizado de anarquia no País, que se caracteriza por votações exóticas do Judiciário, por opiniões absolutamente ilegais e arbitrárias de comandantes das Forças Armadas e a desobediência de parte dos políticos da lei e das regras”, apontou.
Em nota sobre a prisão de Lula, Ciro diz não conseguir ver justiça na situação e cobra a prisão de “intocados notórios corruptos do PSDB”. “Parte importante do país na qual me incluo, não consegue ver justiça, muito menos equilíbrio em um providência tão amarga, enquanto remanescem intocados notórios corruptos do PSDB”, escreveu o presidenciável.
Ciro disse que acompanhava “com muita tristeza” o que estava acontecendo com seu amigo Lula. “Por mim, e por muitos brasileiros, especialmente os mais pobres, por quem ele tanto fez. Espero que os próximos recursos possam prontamente quanto possível estabelecer sua liberdade”, afirmou.