O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou, na quarta-feira, durante sabatina promovida pela Globonews, que estranha o comportamento hostil do PT em relação à sua candidatura. “Mesmo com a popularidade baixíssima de Dilma, o Ceará majoritariamente votou contra seu impeachment”, disse ele. “Esses ataques que eu venho sofrendo do PT são injustos porque eu não faltei com o apoio ao Lula”, acrescentou.
Ele rebateu as afirmações dos repórteres da emissora de que é destemperado e que não teria condições de governar. “Eu fui Ministro da Fazenda, governador do Ceará melhor avaliado, segundo o Data Folha, fui prefeito de Fortaleza melhor avaliado, segundo o mesmo Data Folha. Então como é que pode eu não ser preparado para governar?”, indagou. “O fato de eu me indignar é porque a vida do nosso povo não está fácil. São 13 milhões de desempregados e mais outros tantos milhões fugindo do rapa, na informalidade. Isso é um drama”, prosseguiu.
Ciro também manteve a posição de que a dívida pública está drenando recursos do setor produtivo e que, nos cortes de gastos que pretende fazer, “os gastos financeiros serão analisados com muita atenção porque são dos mais pesados. Vou olhar com uma lupa. Cada tostão que seja supérfluo, nós vamos cortar”, disse ele. “Agiremos com muita cautela nessas questões, mas a situação é grave e a sociedade necessita de investimentos porque estamos vendo a saúde sucateada, a educação sucateada e assim por diante”, observou.
O presidenciável falou sobre as injustiças fiscais no Brasil. “O mundo inteiro cobra tributos sobre lucros e dividendos empresariais. Só o Brasil e a Estônia não cobram. Eu vou propor cobrar. […] Lucros e dividendos é o seguinte: se a empresa investe, zero tributação. Se ela saca da empresa lucros e dividendos, no mundo inteiro, menos no Brasil e na Estônia, se paga e se paga progressivamente como o Imposto de Renda. É simples de tratar”.
Ele criticou a farra de isenções do governo Dilma e disse que vai aumentar a arrecadação revendo muitas delas. “Vou cortar todas as despesas que eu achar ociosas. Vou passar uma lupa. […] R$ 354 bilhões, da dona Dilma para cá, foram dispensa de imposto para os ricos, por ano, [ou seja], renúncia fiscal. Eu vou passar uma lupa de um por um, [vou cortar] o que não for coisa absolutamente central para estimular a indústria do país, que será a minha grande prioridade”.
Para Ciro Gomes, a venda da Embraer para a Boeing é desastrosa. Significa fechar a Embraer. Ele prometeu desfazê-la. “Vai ser desfeito [se for eleito]. A Boeing está fazendo o serviço sujo do Mister [Donald] Trump [presidente dos EUA]. […] A Embraer, com a Força Aérea, desenvolveu o [avião] KC-390, que tem fila de compra de US$ 20 bilhões. Por isso a Boeing tá comprando: para destruir a Embraer. Estão comprando para fechar a Embraer”.
Sobre a decisão do PSB de manter-se neutro na eleição, Ciro disse que não desanima. “A vida de candidato é dura no Brasil, não é moleza não. Evidentemente, eu não escondo as coisas que eu desejo, é o meu estilo. E eu desejo muito, eu não falei desejava, eu falei desejo muito o apoio do PSB”, afirmou o ex-governador. Ele disse que não desiste. Quando entrei nessa luta, sabia bastante bem que eu era o cabra marcado para morrer”, disse.
Vocês que acompanham a política a mais tempo, a globo sempre foi assim? Passaram a maior parte do tempo enrolados com perguntas sobre o temperamento do Ciro, ele mesmo comentou no final a respeito. Nem mesmo os 4 complexos (saúde, agronegócio, defesa, industrial) para ajudar o país, que ele tanto fala, ele teve como falar. Sempre foi assim? Como se estivessem entrevistando um cantor, onde se pergunta mais da vida dele do que da música que faz?
Sempre. Sobretudo quando não lhe interessa perguntar o que interessa ao povo, isto é, quase sempre.
O que pensam da chapa do Ciro Gomes com a Kátia Abreu como vice?
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