
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) afirmou, em entrevista nesta quarta-feira (13), à Rádio Gaúcha, que o país precisa encontrar uma nova corrente política que vença a atual polarização dominada pelo ódio. Ele disse que “o momento vivido pelo país está causando perplexidade a todos”.
Falou em “lição amarga”, ao comentar a chacina de crianças ocorria em Suzano. “Todo esse aculturamento que estão importando da América do Norte para cá é que vai gerando esses efeitos”, apontou.
“Esse fenômeno do jovem tresloucado que tem acesso fácil à arma, que tem aqueles pulsos suicidas ou o pulso da vingança contra uma sociedade que transforma ele em nada, num anônimo, numa pessoa que vive angustiada para consumir o que não tem dinheiro para fazer. Isso tudo é realidade americana que esses canalhas que estão no governo e que ganharam o debate no Brasil estão trazendo para nós”, acrescentou Ciro.
O candidato a presidente do PDT em 2018 disse que a extrema direita, que colocou na economia uma pessoa completamente sem escrúpulos e desacreditada, que não conhece o Brasil, como Paulo Guedes, “ganhou o debate porque a esquerda brasileira, hegemonizada pelo PT, falhou miseravelmente”.
“Quando a Dilma tomou posse, a taxa de desemprego era 4,3%, quando a Dilma foi derruba, a taxa de desemprego estava em 14%”, observou. “O salário mínimo equivalia a 320 dólares, numa avaliação do poder de compra, na posse. Ela entregou o país com uma taxa de câmbio a 4,2 por 1. O que quer dizer que o povo brasileiro perdeu metade da renda que tinha”, prosseguiu o ex-governador.
“Em 13 anos, essa esquerda do PT concentrou na mão de cinco bancos 87% das operações financeiras do país”, denunciou. “Isso ia explodir, e os sinais foram dados. As manifestações explosivas de 2013 já eram sinais de que as populações, especialmente os jovens, estavam avisando que havia um vazio ali”, disse Ciro.
“Bolsonaro interpretou aquilo e teve um grande apoio estrangeiro. Por isso ganhou”, avaliou o pedetista. “A eleição de Bolsonaro se deu por causa do ódio do eleitor ao PT. Por esse ponto de vista, foi o PT que criou Bolsonaro”, afirmou.
“Eu estou falando isso porque eles [os petistas] têm que fazer uma reflexão. “Nada mais parecido com um fanático petista do que um bolsonarista fanático. Eles não compreendem a realidade. Eles se recusam a perceber o real, constroem narrativas imaginárias a serviço da tese mais disparatada possível, e nisso explicam no sustentar um do outro, na linha do ‘então Bolsonaro agora pode fazer qualquer coisa porque o Lula também fez’. E eu estou dizendo que esse ódio vai matar o Brasil”, avaliou.