Ciro, Simone Tebet e Doria condenam indulto de Bolsonaro a agressor da Constituição

Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB. Fotomontagem

Os pré-candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) criticaram o indulto concedido por Jair Bolsonaro para o criminoso Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses por ter ameaçado ministros e a democracia.

Para o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, “acostumado a agir em território de sombra entre o moral e o imoral, o legal e o ilegal”, “acaba de transformar o instituto da graça constitucional em uma desgraça institucional”.

“Tenta, assim, acelerar o passo na marcha do golpe. Mas não terá sucesso. Seu ato espúrio de favorecimento absurdo e imoral a Daniel Silveira, ou qualquer outro tipo de desvio autoritário, serão rechaçados pelos defensores do estado de direito”, defendeu.

O pré-candidato anunciou que o PDT “entrará com medida no STF para anular mais este desatino”.

A senadora Simone Tebet, que é advogada e professora de Direito, afirmou que “dar graça, por decreto, a um condenado pelo STF por atentado à democracia, é desvio de finalidade e um ato inconstitucional”. Jair Bolsonaro “violou, ele próprio, a Constituição. Um golpe contra a democracia. Crime de responsabilidade”, disse Tebet.

O governador de São Paulo, João Doria, rechaçou a medida de Bolsonaro e disse que caso seja eleito presidente “não haverá indulto a condenados pela justiça”.

Daniel Silveira foi condenado na quarta-feira (20) no STF, em um placar de 10 a 1, por ter ameaçado os ministros da Corte, especialmente o Alexandre de Moraes, em diversas ocasiões.

Em um caso, disse que o povo entre no STF, agarre “o [ministro] Alexandre de Moraes pelo colarinho, sacuda a cabeça de ovo dele e o jogue dentro de uma lixeira”.

No dia seguinte à condenação, Bolsonaro concedeu o indulto presidencial, anulando a condenação do STF.

Outras lideranças políticas e pré-candidatos à Presidência também se manifestaram de maneira contrária à decisão de Bolsonaro de absolver o criminoso.

JANONES, DO AVANTE

O deputado André Janones (Avante-MG) ironizou a antiga postura de Jair Bolsonaro fingir ser contra o crime. “No passado, bandido bom era bandido morto. Agora, bandido bom é bandido perdoado!!! Novos tempos”, falou em suas redes sociais.

A pré-candidata do PSTU, Vera Lúcia, comentou que “o indulto de Bolsonaro é a defesa da ditadura”, já que “Daniel Silveira agiu para instituir uma ditadura que acabaria com a liberdade de expressão para a classe trabalhadora”.

Leonardo Péricles, apontado como pré-candidato pela UP, afirma que o indulto de Bolsonaro foi contrário à Constituição.

“O presidente não pode continuar rasgando a Constituição para acobertar seus amigos fascistas. Bolsonaro conceder graça, indulto ou anistia a torturadores como o deputado Daniel Silveira é algo que, antes dele, Mussolini, Hitler e os militares golpistas da ditadura militar já fizeram”, disse.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *