O presidente da Fundação Maurício Grabois (FMG), Renato Rabelo, assinalou que “é uma homenagem ao destacado dirigente”, fundador da Hora do Povo. Rosanita Campos será a coordendora-geral
A Fundação Maurício Grabois (FMG) criou a Cátedra Claudio Campos para “estudar e discutir o pensamento e a teoria nacional-desenvolvimentista”.
O jornalista Claudio Campos, fundador do jornal Hora do Povo, completaria 73 anos na última terça-feira (5).
A FMG, ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), debruça-se sobre os movimentos do capitalismo contemporâneo e as lutas em todo o mundo pela construção de uma alternativa socialista. Agora, terá um fórum para estudo e divulgação do nacional-desenvolvimentismo, nascido em 1930 com Getúlio Vargas.
O presidente da FMG, Renato Rabelo, explicou que a Cátedra Claudio Campos está compondo uma linha de estudo específica para a realidade Brasileira. “É uma homenagem ao destacado dirigente”, assinalou.
“O estudo e pesquisa permanentes que levam em conta o desenvolvimento da formação política, econômica e social do Brasil; no momento atual, a instalação do governo Bolsonaro, seu caráter e o que representa e a sua perspectiva no curso político. No âmbito mundial, as profundas e aceleradas transformações que marcam a evolução do sistema internacional neste início do século 21”, disse.
A Cátedra contará com um corpo de pesquisadores e docentes gabaritados, tendo como titular o economista e professor Nilson Araújo de Souza.
Claudio Campos, em 1979, fundou a Hora do Povo para ser um veículo para expressar a voz de todas as forças democráticas e progressistas do país. Foi, também, secretário-geral do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8) até seu falecimento, em 2005.
Ele “dedicou toda sua vida ao estudo da experiência da construção do socialismo e ao estudo sobre o Brasil”, afirmou a coordenadora-geral da Cátedra, Rosanita Monteiro de Campos.
“Para mim, que fui casada com o Claudio e com quem tive duas filhas, Ana Claudia e Maíra, ambas jovens militantes do PCdoB, essa iniciativa dos dirigentes da Fundação Maurício Grabois foi também uma grande emoção”, disse.
Segundo ela, “Claudio recuperou a teoria e a experiência nacional-desenvolvimentista como um importante instrumento da Revolução Brasileira”.
“O principal objetivo da cátedra é estudar e discutir o pensamento e a teoria nacional-desenvolvimentista desde seu surgimento a partir da década de 1930 aos dias atuais, levando em conta o contexto e a realidade brasileira hoje, atualizando esse pensamento, para que o partido se aproprie desse legado na formulação e aprofundamento dos caminhos da revolução brasileira, particularmente proporcionando subsídios para a atualização do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”, continuou.
A Cátedra já está organizando uma série de aulas virtuais sobre “intérpretes do Brasil ligados à economia do desenvolvimento, sobretudo os de inspiração nacional-desenvolvimentista”, explicou Rosanita.
Estão sendo editados livros, tanto históricos quanto teóricos, sobre o nacional-desenvolvimentismo brasileiro. Também está sendo pensada a realização de um seminário permanente para debater o pensamento nacional-desenvolvimentista e sua relação com o socialismo.
A FMG está formando um grupo de trabalho para fornecer subsídios para o debate programático no próximo congresso do partido, “visando à atualização do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”.