O arremedo de reforma política, parido pela velha oligarquia partidária preocupada em manter o foro privilegiado de seus parlamentares, atingiu, segundo a primeira estimativa, feita pelo portal UOL, dezesseis partidos. Eles montaram um fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para dividir entre si, reduziram o tempo de campanha e impuseram uma cláusula de barreira draconiana para impedir a renovação partidária. Os partidos atingidos foram a REDE, NOVO, PTC, PMN, PRP, PV, Avante, PSTU, PCB, PRTB, DC, PCO, PPL, Patriota, Pros e PMB.
Os dados oficiais serão divulgados nos próximos dias, mas alguns partidos que teriam sido prejudicados contestaram a avaliação inicial. São eles PROS, AVANTE e o PV. Aprovada em outubro do ano passado, a cláusula de barreira chegará, segundo a intenção das velhas agremiações, à exigência de 2% de votos e 11 deputados eleitos em 2022 e de 2,5% e 13 eleitos em 2026, até alcançar o índice permanente de 3% e 15 eleitos em 2030.
O plano dos partidos oportunistas previu também o fim das coligações partidárias nas eleições para deputados e vereadores a partir de 2020. Querem impedir as alianças entre partidos políticos. Até a eleição deste domingo, os partidos ainda puderam se unir, fazendo com que as votações das legendas coligadas fossem somadas e consideradas como um grupo único no momento de calcular a distribuição de cadeiras no Legislativo.