Para e entidade, a Petrobrás e a Eletrobrás “representam uma poupança coletiva de todos os brasileiros, acumulada há décadas, e que cumpre um papel essencial ao bem estar da sociedade”
O Clube de Engenharia, em nota divulgada no site, considera “um crime de lesa-Pátria qualquer iniciativa açodada de promover a privatização da Petrobras e da Eletrobrás sem uma discussão maior junto à sociedade brasileira”.
“Estas estatais representam uma poupança coletiva de todos os brasileiros, acumulada há décadas, e que cumpre um papel essencial ao bem estar da sociedade. São elas que asseguram produtos indispensáveis à vida dos brasileiros: gás, luz, gasolina, diesel, água e milhares outros bens só possíveis com a transformação do petróleo e utilizando a energia como insumo”, afirmam os engenheiros.
“Este debate é antes de tudo um direito dos brasileiros, e o Congresso Nacional e o Executivo Federal devem ter a devida atenção para integrarem-se a este esforço, dispensando aventuras inoportunas e antipatrióticas” , .
Publicamos a seguir a nota do Clube de Engenharia.
PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS E DA ELETROBRAS
“A Diretoria do Clube de Engenharia considera um CRIME DE LESA-PÁTRIA qualquer iniciativa açodada de promover a privatização da Petrobras e da Eletrobrás sem uma discussão maior junto à sociedade brasileira. Estas estatais representam uma poupança coletiva de todos os brasileiros, acumulada há décadas, e que cumpre um papel essencial ao bem estar da sociedade. São elas que asseguram produtos indispensáveis à vida dos brasileiros: gás, luz, gasolina, diesel, água e milhares outros bens só possíveis com a transformação do petróleo e utilizando a energia como insumo.
Ao não conseguir estabelecer políticas adequadas para administrar este fabuloso patrimônio nacional, o atual Governo Federal atesta, também nesta área, a sua insensibilidade, posto que seus antecessores, dos mais diversos vieses ideológicos jamais expuseram os brasileiros a desembolsarem 10% do salário mínimo para comprar um botijão de gás.
Há soluções mais adequadas para resolver o problema, que estão sendo expostas a todo momento por especialistas no setor de energia. Mas o essencial é romper o vínculo, determinado pelo Governo Federal, de amarrar os preços dos produtos no Brasil aos internacionais, sem que os salários dos trabalhadores tenham o mesmo tratamento.
A privatização da Eletrobrás e Petrobras é também um tiro no coração no setor produtivo, seja na indústria, nas áreas científica e tecnológica, no setor de serviço, na Engenharia e nas oportunidades de empregos qualificados no Brasil. Vendidas estas empresas, muito provavelmente para grandes concorrentes internacionais, seus novos gestores se preocuparão primeiro em contratar bens e serviços, e profissionais dos países onde têm suas sedes. E o Governo Federal contribui para isto, ao propor através do Ministério da Economia o Projeto de Lei 1024/2020, que pretende abrir o mercado de trabalho da Engenharia aos estrangeiros.
A história da privatização no Brasil é repleta de exemplos desses fatos, quando ocorre a substituição dos monopólios estatais por oligopólios privados estrangeiros com o consequente desmantelamento das cadeias produtivas nacionais.
Estamos a dois meses de iniciar o processo eleitoral no Brasil onde projetos distintos de país serão analisados por todos os brasileiros, de modo a, em 2023, definir os rumos da nação. Não há porque apressar decisões que mexam profundamente no nosso destino, mormente na área de Energia. Há que se criar a oportunidade de ouvir as alternativas de caminhos para superar a crise que nos assola, inclusive o papel essencial ou não destas estatais na solução. Este debate é antes de tudo um direito dos brasileiros, e o Congresso Nacional e o Executivo Federal devem ter a devida atenção para integrarem-se a este esforço, dispensando aventuras inoportunas e antipatrióticas.”