“Vivemos a total precarização da saúde, educação e assistência social pública e dos direitos trabalhistas e previdenciários, aumentando a recessão, o desemprego e deteriorando ainda mais as condições de vida das mulheres”, afirma documento lançado pela Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), que faz um chamamento pela maior presença das mulheres nas próximas eleições municipais e também pelo voto feminino consciente a representantes que possam virar esse jogo.
O documento também coloca a urgência de se consolidar, nas próximas eleições, “uma frente ampla que apresente soluções para o caos provocado por essa cartilha neoliberal valorizando os trabalhadores e trabalhadoras que produzem a riqueza do país”.
Intitulado “Eleger mais mulheres é defender a vida e a democracia”, o documento denuncia o descaso do presidente Bolsonaro com “a dor das famílias dos mais de 140 mil mortos” pela Covid-19 e o total despreparo do governo frente aos desafios para enfrentar a pandemia e a grave crise econômica do país.
Segundo o documento, “nenhum governante faz tão pouco caso da vida humana. A cada 10 mortes de grávidas e puérperas por COVID-19 no mundo, 8 são mulheres brasileiras”.
“A carestia cresce com os altos preços dos alimentos, das tarifas de água e luz, do gás de cozinha e a população na pobreza já atingiu 10 milhões de pessoas. Nosso arroz e feijão sumiu do prato e muitas famílias foram para as ruas. A situação é devastadora especialmente para as mulheres negras e as mães chefes de família. Diminuir o auxílio emergencial para R$ 300 é juntar as mortes por fome às mortes da COVID-19”, afirma o texto.
Enumerando propostas para temas como trabalho e geração de renda, saúde, educação, segurança e habitação, entre outros, o documento afirma que “as mulheres brasileiras são corajosas para mudar a gestão das cidades investindo o orçamento para dar respostas às desigualdades econômicas e sociais”.
“O desafio de ser candidata é muito maior para as mulheres e unidas vamos possibilitar que mais e mais lideranças sejam valorizadas na política, combatendo as candidaturas laranjas e zelando para que as aguerridas lideranças negras, trabalhadoras da saúde, da educação, dos transportes, da ciência, donas de casa, trabalhadoras domésticas tenham o devido espaço. Esse é o caminho para conquistar maior representatividade, conquistas institucionais e o reforço à cidadania das mulheres”, afirma o texto.