Encarece a produção industrial e o consumo das famílias
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) sintetizou em seu podcasting “Economia em 60 segundos”, nesta sexta-feira (20), “o terrível aumento da Selic”. Como a alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, elevando a Selic a 10,75% ao ano, “impacta a economia, a população e toda economia brasileira”.
“Não só vai impor custos mais altos à produção como também é desnecessária, entendendo que a inflação, que está controlada e todos os cenários indicam que assim ela permanecerá”, avalia a CNI.
“É difícil entender como o Brasil vai competir globalmente se segue mantendo travas ao crescimento internamente”, destaca a entidade. “Na prática, com esse aumento, pegar crédito fica mais caro, porque os bancos emprestam dinheiro por uma taxa maior”, diz a gerente de conteúdo multimídia da CNI, Ariadne Sakkis.
“Para nós, consumidores, significa que financiar bens de maior valor como Imóveis e carros vai custar mais caro, como se já não fosse”, comenta. Para as empresas é a mesma coisa. Se a gente pensar que elas precisam de crédito para investir em maquinário e ampliação do parque, então, quanto mais alto é a taxa de juros menor é a disposição do setor produtivo em investir”, ressalta.
A CNI observa também que a decisão do BC “aconteceu no mesmo dia em que o Banco Central dos Estados Unidos anunciou pela primeira vez, em meses, a redução da faixa de juros americana”. Lá o corte foi de 0,5 ponto nos juros, que passaram a variar de 4,75% a 5% ao ano.
“Há pouco tempo o Banco Central Europeu também promoveu cortes”, também ressalta a CNI. “O movimento do Banco Central brasileiro vai então alargando a distância entre o que é feito aqui e a realidade das maiores economias do mundo”, critica.
Além da decisão do Comitê de Política Monetária de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual na última quarta-feira (18), o Banco Central sinalizou em seu comunicado que novos aumentos serão feitos nos juros até o final deste ano, atendendo ao mercado financeiro que quer a Selic, no mínimo, em 11,50% no início do ano que vem.
A decisão do BC foi repudiada por amplos setores da sociedade.
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