Aposentados e trabalhadores foram às ruas nesta terça e prometem aumentar pressão: ‘PEC da Previdência não passa’
Na última terça-feira, 05 de dezembro, aposentados de todo o país se reuniram para protestar contra o fim da previdência pública que Temer quer aprovar contra a vontade do povo, e realizaram atos nas sedes no INSS e, em Brasília, em frente ao antigo Ministério da Previdência.
O governo havia marcado a seção desta quarta-feira, 6, para votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece a reforma da Previdência, porém, após a grande pressão dos trabalhadores e rejeição da população, acabou adiando a votação. Até o momento Temer não conseguiu confirmar o voto dos 308 deputados necessários para aprovar a reforma.
Para o presidente da COBAP (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), Warley Martins, o recuo do governo é uma vitória do povo brasileiro, que não aceita de braços cruzados que lhes roubem os direitos. Segundo o dirigente, este é o momento de “redobrar a pressão para que essa reforma não seja votada nunca”.
Os aposentados se reuniram com faixas em cartazes em frente ao prédio onde funcionava o Ministério da Previdência, um ato também simbólico pela exigência da COBAP pela recriação do Ministério que foi extinto por esse governo. Warley ainda denuncia que “o povo não está engolindo as mentiras do governo, de que o Brasil vai quebrar se não fizerem a reforma, ou de que ela foi criada para ‘acabar com privilégios’. Todo mundo sabe que Temer se aposentou cedo, que ganha uma aposentadoria milionária, enquanto que o trabalhador é descontado na fonte. Não tem condição de passar essa reforma, e se tentarem não vamos deixar, vamos parar o Brasil”.
A entidade vem organizando uma campanha de pressão sobre os deputados para que não reste qualquer dúvida a respeito da possibilidade de se reelegerem caso votem a favor da lei de Temer. “Declaramos guerra contra a reforma da Previdência. O trabalhador tem a contribuição descontada da fonte, as empresas e bancos milionários têm dividas bilionárias com a previdência, o governo não cobra e ainda faz programas de isenção para os poderosos, e querem botar a conta dessa ingestão para o povo pagar. Agora não podemos descansar, vamos enterrar de vez essa maldade”, defendeu o líder aposentado.
Os aposentados chegaram a fazer outra manifestação no dia seguinte, 6. Os manifestantes se reuniram na quadra residencial 302, em Brasília (DF), onde a maioria dos deputados federais reside quando estão na capital. Antes das sete horas da manhã, manifestantes liderados pela Federação dos Aposentados e Pensionistas do Distrito Federal (FAP-DF), filiada à COBAP, já estavam no local gritando palavras de ordem como “Quem votar, não volta”, “Não tem déficit, tem roubo”.
No horário de pico, entre oito e dez horas da manhã, os manifestantes deitaram no asfalto na saída da quadra, impedindo que os carros dos deputados passassem. “Precisamos nos mobilizar para impedir a votação dessa reforma, mostrar que estamos atentos aos votos dos deputados. Manteremos a mobilização hoje e na próxima semana, até derrubarmos a reforma”, afirmou o presidente da FAP-DF, João Pimenta.
Os aposentados também lutam pela divulgação do resultado da CPI da Previdência, realizada pelo Senado federal, que desmente a história do rombo nas contas do INSS, além de apontar que há diversas empresas que têm dividas gigantescas com o órgão, como a JBS, cuja dívida chega a R$ 2,39 bilhões. O governo e a mídia, no entanto, preferem esconder os resultados da CPI, para continuar a tentar roubar o povo de seus direitos.
A Cobap também divulgou em seu site os nomes e contatos de todos os deputados federais convocando a cada internauta ou cidadão comum que “escolha um deputado líder de partido político e exija que ele vote NÃO ao fim da nossa aposentadoria”.