Segundo o Ministério da Saúde 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite ou “paralisia infantil”. Os dados divulgados são do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O Brasil está livre da poliomielite desde 1990, mas especialistas alertam que para manter a erradicação é fundamental manter coberturas vacinais acima de 95%.
Para a coordenadora do PNI, Carla Domingues, “o risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”.
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito, que atinge em geral os membros inferiores, tendo como principal característica a flacidez muscular.
BEBÊS
Outro alerta bastante grave é que os índices de coberturas vacinais de bebês e crianças tiveram mais uma queda em 2017 e atingiram o nível mais baixo em 16 anos.
Todas as vacinas indicadas a menores de um ano ficaram abaixo da meta do Ministério da Saúde, que prevê imunização de 95% deste público. A maioria tem agora índices entre 70,7% e 83,9%, com exceção a BCG, que é ofertada nas maternidades, com 91,4%.
A falta de atuação do Ministério da Saúde na disseminação de informações sobre vacinação nos meios de comunicação e por meio campanhas de vacinação, e a falta de controle juntos às famílias, contribuíram de maneira decisiva para a queda desses índices nos últimos anos.
Para especialistas, a situação preocupa diante do risco de retorno de doenças erradicadas há décadas. “Ter 70% de cobertura significa ter 30% de suscetíveis. E aí a chance de as doenças voltarem é muito grande”, afirma a presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabela Ballalai.
Além da pólio, entre as vacinas com redução na cobertura estão aquelas que protegem contra o sarampo, caxumba, rubéola, difteria, varicela, rotavírus e meningite.