O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, defendeu dobrar a tarifa de operação da usina Angra 3 para viabilizar o projeto. “Vale a pena permitir esse aumento no valor do megawatt-hora e acertar com um parceiro estrangeiro a conclusão da usina”, defendeu o ministro Fernando Coelho Filho, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Coelhinho deixou claro que o objetivo de dobrar a tarifa é o de atrair “investidores” para a usina nuclear, tida como estratégica para o país, tanto do ponto de vista da geração de energia, quanto para o desenvolvimento tecnológico da área. “Acertar isso é o primeiro passo para retomar o empreendimento com um parceiro de fora”.
“É melhor ter uma tarifa a R$ 400 do que outras térmicas rodando a um preço ainda maior”, afirma. “Estamos vendo se conseguimos na reunião de dezembro [do CNPE], mas acho que está muito em cima, ou se fica para a primeira reunião do ano que vem. O privado só faz proposta concreta se houver mudança de tarifa”, diz o entreguista.
Segundo o ministro de Temer, quatro grupos estrangeiros já demonstraram publicamente interesse em uma parceria com o governo brasileiro para concluir a usina: China National Nuclear Corporation, Kepco (Coreia), EDF (França) e Rosatom (Rússia). “Como é que se traz um investidor de fora sem lhe dar o direito de recuperar o valor investido por meio de tarifa? Aí ninguém faz”, afirmou.