Os “coletes amarelos” voltaram neste sábado, 13 de abril, às ruas de várias cidades da França. Além de Toulouse, que desta vez foi escolhida como a “capital” da concentração, realizaram-se manifestações em Paris, Marselha, Lille, Grenoble e outras cidades.
Este protesto, que se realiza pelo 22º fim de semana consecutivo, aconteceu poucos dias depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou um informe de um chamado “Grande Debate Nacional” que previa medidas de redução de impostos, entre outras, e com o qual o Governo espera terminar uma crise que dura há já quase cinco meses. Os Coletes denunciam que o diálogo foi pura tapeação.
Po isso, os “Coletes Amarelos”, que já derrubaram o aumento do preço do diesel e forçaram Macron a alguns recuos a contragosto, seguem exigindo sua renúncia, a restauração do imposto sobre fortunas, que ele aboliu, e a instauração de um mecanismo de consulta popular. Os protestos também vêm inviabilizando a próxima fase de suas “reformas”, como a da Previdência, destinada a piorar a anterior, cometida por Sarkozy em 2012. Os manifestantes declararam que não aceitarão nenhuma tentativa do governo de iludir os franceses com medidas de fachada.
Também rejeitam a chamada “lei contra o vandalismo”, com Priscilla Ludosky, uma das impulsionadoras das concentrações de Paris, alertando que as novas regras abrem portas para que “se possa fazer qualquer coisa” contra os manifestantes e o movimento.
Jean-Baptiste, outro dos impulsionadores, que hoje se juntou aos manifestantes em Toulouse, optou por marcar o seu protesto carregando um cartaz com as fotografias de Emmanuel Macron e do ministro do Interior, Christophe Castane, onde se podia ler: “Estes são os vândalos”.
A lei anti-vandalismo foi aprovada no mês passado como resposta às manifestações dos “coletes amarelos”, escondendo que muitas das imagens de caos nas ruas de Paris, com carros incendiados, e várias montras de lojas partidas foram provocadas pela repressão descontrolada ao povo que estava nas ruas.
A versão final da lei acabou sendo menos ambiciosa do que pretendia Macron, uma vez que o Conselho Constitucional rejeitou um artigo que previa proibições administrativas de manifestações que, segundo eles, representam “ameaça grave para a ordem pública”.
As autoridades locais proibiram neste sábado concentrações nos Campos Elísios, na praça do Arco do Triunfo e numa ampla zona entre o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da República, e na Assembleia Nacional, em Paris.