Representantes da candidatura da chapa Lula-Alckmin para a Presidência da República se reuniram com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e reforçaram o compromisso da chapa com o crescimento do financiamento à Ciência e Tecnologia brasileira.
O encontro aconteceu na sexta-feira (8), Dia Nacional da Ciência, e contou com a presença da presidente da ABC, Helena Nader, do vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Paulo Artaxo, da presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, entre outras lideranças.
A chapa Lula-Alckmin entrou em contato com a ABC depois da publicação, por parte da entidade, do documento “A importância da ciência como política de Estado para o desenvolvimento do Brasil”, que faz um diagnóstico do atual estado da Ciência brasileira e traça as diretrizes para seu desenvolvimento.
Para a ABC, “o momento atual da ciência brasileira é preocupante, principalmente pela drástica e persistente redução de recursos alocados para as atividades de Ciência e Tecnologia”.
As principais medidas propostas são o aumento do investimento em Ciência e Tecnologia até que sejam alcançados 2% do PIB, a valorização das carreiras de pesquisador e professor e uma revolução educacional em todos os níveis.
Leia aqui as propostas da ABC para os presidenciáveis:
Em nome da chapa Lula-Alckmin, representantes do PT, PCdoB, PSB e Solidariedade criticaram a política de Bolsonaro que retirou dinheiro do setor e se comprometeram com as pautas da ABC.
Helena Nader, presidente da ABC, denunciou que o governo Bolsonaro tem imposto uma série de medidas que, de forma inconstitucional, inviabilizam a prática científica no país. “É um momento muito crítico para a ciência brasileira”.
“Nós estamos muito atrasados. O Brasil andou para trás nestes últimos anos, por virar as costas para aquilo que é a solução: educação e ciência. Sem termos uma política de estado, nós não vamos ter como sair dessa situação”, apontou.
“O que o governo está fazendo e o parlamento está aprovando é inconstitucional, quebra todas as normas. Está se promovendo, de novo, um desmonte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Estão passando uma legislação que permite que se contingenciar os recursos desse fundo, embora a Lei Complementar nº 177 de 2021 deixe muito claro que isto não é possível”, denunciou Helena Nader.
Marcus David, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), afirmou que “estamos vivendo o mais grave desmonte de nossa história” e “pela primeira vez o número de matrículas nas federais caiu”.
Flávia Calé mostrou que as bolsas para pesquisas de mestrado e doutorado, que não são reajustadas desde 2013, perderam 70% do seu valor de compra. Um bolsista de mestrado da Capes recebe, hoje, R$ 1.500, enquanto no doutorado recebe R$ 2.200. Com reajustes pela inflação, esses valores deveriam ser de R$ 2.600 e R$ 3.800, respectivamente.
“Hoje em dia uma bolsa de mestrado da Fapesp paga mais que uma de doutorado da Capes”, disse.
O ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, criticou o teto de gastos, que limita os investimentos públicos, e se comprometeu, enquanto representante de Lula e Alckmin, com o reajuste das bolsas de pós-graduação e com a reindustrialização do país.
“Nós vamos pegar um país devastado e a tarefa de reconstrução é gigantesca, e ela está presente em todas as instituições do estado brasileiro, nas áreas mais estratégicas e sensíveis”.
Assista na íntegra o encontro: