Testemunha-chave no processo que vincula o ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, com os paramilitares, Carlos Enrique Areiza foi assassinado a tiros por dois homens em uma moto no município de Bello, próximo a Medellín.
Dentre as inúmeras investigações e denúncias de envolvimento do ex-presidente com o paramilitarismo, está a de que ele utilizou falsos testemunhos para tentar fugir da prisão.
O senador do Pólo Democrático, Ivan Cepeda, afirmou estar surpreso com o assassinato de Areiza, uma vez que a Corte Suprema de Justiça já havia ordenado que se redobrasse sua segurança. “Este é um fato muito grave porque o senhor Areiza é uma figura central na investigação que começa agora contra o senador Uribe. Quero ressaltar que não é a primeira vez que numa investigação contra ele aparecem testemunhas mortas”, declarou.
Para Cepeda é necessário que se reforce a segurança de todos os implicados no caso, pois na semana anterior ordenaram a transferência do centro de reclusão do ex-paramilitar Juan Guillermo Monsalve, que também é testemunha e não contava com as condições de segurança necessárias.
Conforme relata à revista Semana, Carlos Areiza entregou preciosas informações à Corte Suprema em duas oportunidades sobre a relação Uribe-paramilitares, pelo que havia sido ordenada sua proteção, bem como uma rigorosa investigação do promotor que, na contramão das provas, o condenou por acusar o ex-presidente. Em duas diligências – realizadas em 16 de março de 2016 e janeiro de 2018 – Areiza alertou a Justiça de que vinha sendo vítima de ameaças.