Milhares de estudantes, professores e funcionários das universidades públicas da Colômbia realizaram, na quinta-feira (6), a nona jornada de marchas de protesto em todo o país, no bojo de uma greve estudantil que já dura mais de 50 dias e através da qual exigem do governo do presidente Iván Duque mais recursos para a educação superior.
Os estudantes avaliam que, embora acontecessem avanços importantes na mesa de negociação com as autoridades sobre a base orçamentária das universidades, não se conseguiu concretizar uma proposta satisfatória, motivo pelo qual continuarão convocando e organizando novas manifestações até que seja destinado o dinheiro necessário para o funcionamento das 32 universidades públicas do país.
“Esta é a nona marcha de universitários e vamos fazer mais mobilizações; vamos pressionar para que o governo mude sua nula vontade política para aumentar os recursos para a educação”, assinalou a Associação Colombiana de Representantes Estudantis da Educação Superior (Acrees).
Na semana passada, o governo adicionou 720 milhões de dólares para o setor nos próximos quatro anos, em acerto feito com os reitores das universidades públicas, mas a soma foi considerada insuficiente pelos estudantes, que exigem mais 157 milhões de dólares para pelo menos sair do sufoco.
Segundo o Sistema Universitário Estatal (SUE), a educação superior pública da Colômbia apresenta um déficit de 1 bilhão e 67 milhões de dólares para custeio e de 5 bilhões de dólares para investimento em infraestrutura, divulgou em artigo o jornal La Jornada.
“Dinheiro há, o que não há é vontade do governo que prefere dar recursos para favorecer multinacionais e interesses alheios ao país”, assinalam os estudantes nas redes sociais universitárias.
Às marchas da quinta-feira se somaram organizações como a Central Unitária de Trabalhadores, a Confederação Geral do Trabalho e a Confederação de Trabalhadores da Colômbia, que também protestam contra a reforma tributária que defende o governo no Congresso e que, consideram, prejudicará ainda mais a classe trabalhadora.