Um levantamento recém-concluído pelo Instituto de Estudos Políticos para o Desenvolvimento da Paz (Indepaz) e pela Coordenação Social Marcha Patriótica aponta que, entre janeiro de 2016 e os primeiros dias de 2019, foram assassinadas 566 lideranças sociais colombianas.
Tão bárbaros crimes contra defensores dos direitos humanos não têm nada de “acidentais”, uma vez que são “invariáveis e sistemáticos”, reitera o Instituto de Estudos Políticos e Relações Internacionais da Universidade Nacional da Colômbia.
Com a morte de um dirigente social a cada quatro dias, alerta o subdiretor da Fundação Paz e Reconciliação, Ariel Ávila, o país vive uma situação aterradora.
Conforme a Comissão Colombiana de Juristas, o Centro de Investigação e Educação Popular e o Indepaz, as agressões e assassinatos se multiplicam por 27 dos 32 departamentos do país, sendo os mais afetados os de Cauca, Nariño e Antióquia.
Os números divulgados pelas entidades de direitos humanos reforçam o informe apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a onda de assassinatos de líderes sociais em 2018 e a crescente vulnerabilidade em que se encontram particularmente os ex-guerrilheiros desmobilizados. Desde que se firmaram os Acordos de Paz, em setembro de 2016, o alvo principal dos paramilitares e do narcotráfico tem sido os ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) hoje convertida no partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum.
“Um dos principais desafios da implementação da paz é uma maior presença do Estado e uma resposta urgente ao clamor das comunidades por segurança, educação, saúde, terra, infraestrutura e alternativas viáveis às economias ilegais”, aponta o informe da ONU.