
Ataques a filas por comida, hospitais, abrigos improvisados de deslocados à força, escolas, tendas e residências intensificam extermínio nas horas mais recentes
As forças fascistas de Israel executaram 26 massacres em 48 horas, da quarta e quinta (dias 2 e 3), assassinando 300 palestinos ao longo da Faixa de Gaza.
Os ataques atingiram palestinos em locais de aglomeração de palestinos, abrigos improvisados de deslocados à força, hospitais, escolas, mercados, e os pontos de distribuição transformados naquilo que já foi internacionalmente denominado como “armadilhas mortais”, de acordo com autoridades médicas locais.
“A maioria dos assassinados é de mulheres e crianças, – todos civis desarmados – refletindo que a ocupação tem os mais vulneráveis como alvo”, declaram o escritório palestino em Gaza.
À chacina diuturna de palestinos, surge uma nova denúncia de abusos aos palestinos de Gaza: o Ministério Palestino para Assuntos Religiosos alertou, em comunicado nesta quarta-feira, que a agressão de mais de 600 dias contra Gaza está levando a uma crise de escassez de espaço para enterros.
“A crise teve uma piora grave com o bloqueio à entrada não só de alimento e medicamento, mas também a materiais de construção e outros itens essenciais para a preparação de tumbas” denuncia o Ministério.
“Isto impede os nossos mártires de serem enterrados com a honra e preceitos como determina a lei islâmica”, completa o comunicado.
Em mais uma demonstração de seu abusivo desrespeito, as tropas de Netanyahu destruíram completa ou parcialmente mais de 40 cemitérios ao longo da Faixa elevando ainda mais o problema da escassez de espaço para enterros.
TIROS CONTRA PALESTINOS FAMINTOS
Dezenas dos mortos nestes dias mais recentes são de palestinos esfomeados por meses de bloqueio israelense à entrada de alimento, quando vão às filas diante dos postos de distribuição de alimento.
São já mais de 600 os mortos nas filas de alimento desde que esse esquema mortal foi montado por Israel com apoio dos Estados Unidos, na empresa mal denominada de Gaza Humanitarian Foundation (GHF).
Em declarações anônimas à agência AP, norte-americanos contratados para trabalhar naquilo que se transformou em um matadouro admitiram que muitas vezes se juntam aos israelenses atirando com munição viva contra os palestinos nas proximidades dos postos, ou que os afugentam lançando contra eles granadas sonoras.
Segundo os denunciantes, os contratados são “mal preparados, fortemente armados e autorizados a fazer o que lhes der na telha”.
“São pessoas inocentes que estão sendo feridas, muito mal e desnecessariamente”, admitiu um dos contratados segundo a AP.
BOMBA CONTRA CAFÉ
O jornal inglês Guardian denuncia que uma bomba de 230 quilos foi lançada por um caça israelense contra um café, onde se reuniam jornalistas e fotógrafos, à beira-mar na Faixa de Gaza. O resultado foi a morte de 33 palestinos somente neste massacre.
Especialistas declararam, na matéria do Guardian, que este se constitui em mais um crime premeditado pela força fascista de Israel.
Vídeo do Guardian mostra a chacina e os parentes dos mortos no café:
Em outra matéria, no jornal Middle East Eye, o repórter Maha Hussaini, falou com o dono do café, Mohammad al-Baqa, que descreveu as terríveis condições que o café se encontra após a bomba.
“Nós juntamos uma grande quantidade de carne humana em um saco, após o devastador impacto da bomba”, diz o dono al-Baqa.
Neste massacre morreu o destacado jornalista Abu Hatab, que realizou uma exibição fotográfica em Nova Iorque, além de outras exposições sobre Gaza em diversas capitais europeias. É o 228º jornalista morto pelos israelenses.
A artista plástica Frans al-Salmi também foi assassinada no ataque ao café.