No ano, o IPCA acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses até março
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou em alta de 0,38%, impactado pelos aumentos nos preços dos medicamentos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (10). Em março, o indicador oficial de inflação havia marcado uma alta de 0,16%.
De acordo com o IBGE, a aceleração no índice de inflação ocorreu influenciado pelo grupo Saúde e cuidados pessoais (1,16%), por consequência dos produtos farmacêuticos, que subiram 2,84% no mês. No final de março (31), a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) do Ministério da Saúde autorizou um aumento de até 4,50% nos preços dos medicamentos, acima da inflação do período.
Em abril, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços: além de Saúde e cuidados pessoais (1,16%), Alimentação e bebidas: (0,70%), Transportes (0,14%), Vestuário (0,55%), Despesas pessoais (0,10%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,48%) também registraram altas nos preços. Marcaram reduções nos preços: Habitação (-0,01%) e Artigos de residência (-0,26%).
Apesar da alta do IPCA em abril, a inflação brasileira segue controlada, ao variar em alta de 1,80% no acumulado do ano, e de 3,69% em 12 meses até abril – sendo menor que o verificado no acumulado até março (3,93%).
No entanto, mesmo com a inflação comportada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir o ritmo de corte na taxa básica de juros da economia (Selic), na última quarta (8), que passou do 0,5 ponto percentual – firmado a cada reunião do colegiado desde agosto de 2023 – para 0,25 ponto percentual. Uma afronta ao setor produtivo e ao governo, que defendem a redução mais acelerada dos juros.
Com a decisão do Copom, a Selic saiu de 10,75% para 10,50%, elevando ainda mais o juro real no Brasil – quando descontada a inflação para os próximos 12 meses. Ao marcar os 6,54%, a taxa de juro real brasileira é a segunda maior do mundo, segundo cálculos da consultoria financeira Moneyou. Em março deste ano, a taxa de juro real brasileira era de 5,90%.