O Sindicato dos Bancários de São Paulo denunciou que o banco Santander está rompendo acordo de manutenção dos empregos no período da pandemia, incluindo a suspensão de demissões já em aviso prévio.
Segundo a entidade, o banco demitiu pelo menos 15 trabalhadores desde a sexta-feira (05) e tem obrigado funcionários a cumprirem as atividades presencialmente mesmo quando há suspeita de contaminação por Covid-19.
“O que o Santander está fazendo é uma desumanidade, um desrespeito não apenas com os trabalhadores, mas com a sociedade. Os bancários estão na linha de frente, colocando suas vidas em risco para cumprir metas, correndo o risco de serem contaminados, como muitos foram. Além disso, eles têm de viver com o terror de perder o emprego durante a maior crise sanitária da nossa geração”, critica a dirigente sindical e funcionária do banco, Maria Rosani.
O Santander confirma as demissões e diz que tem cumprido com as medidas de proteção ao emprego, mas afirma em nota que a suspensão dos desligamentos era por apenas dois meses. O banco julga que a pandemia já passou de seu estado crítico, ainda que tenhamos contabilizados milhares de mortes por dia.
Os sindicalistas questionam a necessidade de demitir baseada em ajustes financeiros, como justifica o Santander, levando em consideração que um dos poucos movimentos feitos pelo governo federal foi para garantir os lucros dos bancos destinando R$1,2, trilhão logo no início da pandemia.
“Se tem um segmento que, mesmo com a pandemia, está muito bem economicamente, este setor é o dos bancos. Eles receberam um pacote enorme de ajuda do Governo enquanto a maioria da população tenta sobreviver com R$ 600. Em contrapartida, o Santander demite trabalhadores que dificilmente conseguirão recolocação profissional durante a pandemia, agravando a crise social no país que mais gera lucro ao banco mundialmente”, afirma o sindicato.