Aneel autorizou aumento médio na conta de luz, a partir de julho, para o consumidor paulista de 12,04%, em Tocantins de 14,78% e no Paraná em 10,59%
Além dos alimentos, remédios, planos de saúde, gás do cozinha e dos combustíveis que não param de subir de preços, os brasileiros, com a renda desabando, são agraciados pelo governo federal com mais um aumento em suas contas básicas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com o aval de Bolsonaro, autorizou o aumento da conta de luz nos estados de São Paulo, Tocantins e Paraná a partir de julho.
O aumento da conta de luz da Enel Distribuição São Paulo (Enel SP), que passa a valer a partir de 4 de julho em todo o estado, será em média de 12,04%, sendo 10,01% para consumidores residenciais. Para os consumidores de alta tensão com grande demanda de energia (como indústrias), a alta é de 18,03% e para os consumidores de baixa tensão (em geral residências e pequenos negócios), o aumento é de 10,15% – todos em média.
A agência também autorizou o aumento da conta de luz da Energisa Tocantins Distribuidora de Energia, que atende cerca de 637 mil unidades consumidoras no estado de Tocantins. O aumento médio de 14,78% também vale a partir de segunda-feira. Para os consumidores residenciais a alta é de 13,68%; para os clientes de alta tensão o aumento ficou em 15,85%; e para os de baixa tensão, o aumento é de 14,53%.
Os consumidores do Paraná também receberam aumentos nas contas de energia. A Aneel autorizou um reajuste nas tarifas da Cocel (Companhia Campolarguense de Energia), que atende a cerca de 55 mil unidades consumidoras no estado. O aumento médio é de 10,59%, sendo 23,15% para os clientes de alta tensão; 2,04% para os de baixa tensão; e de 1,61% para os consumidores residenciais.
Na semana passada, após o governo ter extorquido os brasileiros com a cobrança da “tarifa de escassez hídrica”, que vigorou de setembro de 2021, acrescentando R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, até o dia 16 de abril, a Aneel anunciou um reajuste de até 63,7% dos valores das bandeiras tarifárias, ou seja, a cobrança extra na conta de luz, para o período de julho de 2022 a junho de 2023.
A bandeira amarela passa a ser de R$ 2,989 para cada 100 quilowatts-hora (kWh), alta de 63,7%, consumidos no mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 será de R$ 6,50, aumento de 59,5%, a cada 100 kWh. Por sua vez, a bandeira vermelha patamar 2, o valor aprovado pela Aneel é de R$ 9,795, acréscimo de 3,2%, a cada 100 kWh.
Para o deputado e líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros, o aumento nas bandeiras de energia “é coisa de um governo irresponsável”. “Nós votamos a redução dos impostos para baratear energia e o governo aumenta as bandeiras em 63%! Ou seja, o aumento é muito superior à economia gerada ao consumidor através dos projetos que votamos”, disse.
“É um governo completamente irresponsável que mente para as pessoas, mente para a sociedade, estabelecendo um custo cada vez mais alto para as famílias brasileiras”, denunciou o parlamentar.
O senador do partido Rede Sustentabilidade, Randolfe Rodrigues, declarou: “Privatiza que melhora? Só se for para eles!”, escreveu em sua rede social. “Menos de um mês após privatizar a Eletrobrás o que aconteceu?! A conta de energia aumentou em até 64%! Bolsonaro sempre contra o povo brasileiro e a favor do seu cercadinho pessoal, sugadores do povo!”, denunciou o líder da Oposição no Senado e membro da coordenação da campanha de Lula.