O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), através dos dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), mostra que o desmatamento na Amazônia cresceu 96% em setembro de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018.
Foram destruídos 1.447 km² de floresta. Conforme as informações do Deter, julho, agosto e setembro de 2019 registraram as maiores taxas de desmate desde 2015 e 2016 (no caso de julho) da série histórica, iniciada em 2004.
Apesar de menor em relação a julho, quando foi detectado aumento de 278% de desmatamento ante julho do ano passado, e a agosto, quando o Deter apontou um desmatamento de 222% em relação ao mesmo mês de 2018, o desflorestamento da Amazônia continuou alto em setembro.
Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República, ou seja, de janeiro a setembro deste ano, a Amazônia perdeu 7.854 km² de floresta. Enquanto em todo 2018 foram registrados 4.075 km² de desmate.
Em julho, quando o Inpe divulgou dados preocupantes do aumento de desmatamento da Amazônia, Bolsonaro tentou esconder o fato atacando o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, e depois demitindo-o.
Bolsonaro disse que os dados do órgão eram “falsos” e acusou Ricardo Galvão de estar a serviço de Ongs estrangeiras.
O diretor do Inpe não se intimidou com as ofensas e rebateu Bolsonaro. “O que aconteceu com declarações do presidente Bolsonaro, ainda na campanha e depois que assumiu, passaram uma mensagem de que não vai mais ter punição [os crimes ambientais]. Aí as pessoas estão reagindo com base nessa mensagem que ele claramente passou”, disse na época o diretor do Inpe.
Para Ricardo Galvão, ao acusar o Inpe, ele “tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso”. “Eu espero que ele me chame a Brasília para eu explicar o dado e que ele tenha coragem de repetir, olhando frente a frente, nos meus olhos”.
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