No dia 9, caças da Arábia Saudita interromperam o silêncio de um dia solar no vilarejo de Dhahian, no Iêmen, pelo barulho de seus motores seguido de uma ensurdecedora explosão.
Quando a fumaça negra começou a se dissipar, mais de 20 mães descobriram que o ônibus escolar que transportava seus filhos havia se transfomado em uma cena infernal: cadáveres de crianças jaziam espalhados sob os escombros do ônibus destroçado.
Angustiados gritos de luto logo encheram o ar da aldeia iemenita atingida.
35 crianças morreram, outros civis que por infelicidade estavam no local também pereceram, levando a 50 o total de mortos sob as bombas americanas que os sauditas atiram sobre o povo iemenita, que resiste ao ataque demonstrando a decisão de manter a independência do país conquistada com a deposição do governo fantoches submetido a interesses e determinações estrangeiros. Além dos mortos, 80 outros aldeões ficaram feridos.
Uma multidão de crianças, acompanhadas de seus professores tomou as ruas de Sanaa, capital do Iêmen, para protestar contra o massacre.
A imprensa iemenita publicou fotos de fragmentos de bombas que atingiram o ônibus escolar. As fotos mostram partes de bombas MK-82, guiadas a laser, de fabricação norte-americana, mais precisamente da Lockheed Martin.
Este tem sido o dia a dia do mais hediondo crime de guerra que se comete neste início de Século XXI.
Bombas americanas atingiram bairro civil na cidade portuária de Hodeidah, há poucos dias, assassinando 80 civis. A Arábia Saudita está tentando ocupar o porto de Hodeidah dos iemenitas fechando o único canal do país com o exterior. É por este porto que entram os víveres de uma população já com imensas dificuldades de sobrevivência por conta da carência alimentar provocada pela guerra saudita contra o povo do Iêmen.
Apesar dos contratos milionários cedendo armas aos sauditas e do pessoal que orienta o uso destas armas contra o Iêmen, porta-voz do Pentágono teve a cara de pau de dizer que não há como saber que as bombas são norte-americanas.
“Nunca vamos saber se a munição usada foi a que os Estados Unidos forneceu a eles [os sauditas]. Não temos muita gente alocada lá”, declarou o porta-voz do Comando Central dos EUA, major Josh Jaques.