Gastos nos supermercados recuaram 18%
O consumo das famílias mais carentes, que tiveram sua renda reduzida frente à pandemia, ao desemprego, ou simplesmente pararam de receber o auxílio emergencial do governo Bolsonaro despencou 28% na passagem de janeiro a fevereiro, aponta pesquisa da Superdigital do Santander, divulgada na segunda-feira (29).
De acordo com a sondagem, divulgada pelo Estadão, sem o auxílio emergencial e com o recrudescimento da pandemia da Covid-19, que levou as autoridades estaduais e municipais a determinar novas medidas de restrição à circulação de pessoas, e com o desemprego em alta, as famílias das classes C e D foram forçadas a cortar gastos básicos.
Com exceção dos combustíveis, que apresentaram alta de 7%, o consumo dos demais itens pesquisados, inclusive os de consumo mais básico, apresentaram forte queda.
Na categoria supermercados os gastos recuaram 18%. A pesquisa apontou ainda, que por conta da disparada nos preços que pressionaram a alta da inflação, os supermercados abocanharam uma fatia maior dos gastos das classes C e D. Foram 33% do total, ante 30% em janeiro.
Na passagem de janeiro a fevereiro, o grupo de alimentação e bebidas, um dos componentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,27% em relação a janeiro.
Os combustíveis também representaram uma fatia maior dos gastos das classes C e D. Eles representaram 7% das despesas do mês de fevereiro.
A situação se agrava e Bolsonaro propõe apenas R$ 50 de auxílio.
Os governos locais estão tendo que propor medidas restritivas mais fortes para conter a pandemia, que nas últimas semanas têm batido recordes atrás de recordes de contágio por Covid-19 e mortes pela doença. Do lado do governo central, o negacionismo de Bolsonaro sabotou o plano nacional de vacinação, além de travar medidas emergenciais que atenuem os efeitos da pandemia no âmbito econômico.
Com os valores do auxílio emergencial, que variam de R$ 150 a R$ 375, dependo da condição familiar, Bolsonaro quer que o consumo das famílias e a economia se mantenham em ritmo de queda, além de propor que os brasileiros, principalmente os mais carentes, se exponham ao vírus em busca de renda para garantirem o pão de cada dia.