Os atrasos no pagamento de água e luz cresceram 6,69%
Com o país mergulhado na recessão, a inadimplência explodiu e atingiu em junho 42% da população adulta brasileira. Em números absolutos, isso representa que 63,6 milhões de pessoas estão com suas dívidas atrasadas e com o CPF restrito.
Os dados foram divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), levando em consideração pessoas físicas e comerciantes.
Contrariando a propaganda da “recuperação econômica” do governo federal, as estatísticas registram que em junho a inadimplência cresceu 4,07% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desde a eclosão da crise, durante o governo Dilma, o desemprego e o subemprego só aumentam, enquanto os salários são arrochados e o governo ataca os direitos fundamentais da população, como a Previdência, os as leis trabalhistas. Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 27,7 milhões de pessoas terminaram o primeiro trimestre do ano desempregadas.
A inadimplência é uma consequência clara disso: além da agiotagem do sistema bancário, que endivida os brasileiros com juros astronômicos nas operações de cartão de crédito, cheque especial, financiamento e empréstimo, vê-se um aumento impressionante da inadimplência com as contas básicas. Os atrasos no pagamento de água e luz, por exemplo, cresceram 6,69% de um ano para o outro.
As dívidas bancárias continuam representando a principal forma de endividamento e inadimplência, com 51% do total. Essa modalidade teve crescimento de 7,62% na comparação com o mesmo mês de 2017. A taxa de juros média cobrada pelos bancos para o cheque especial estava em absurdos 311% ao ano em maio deste ano. Já para o cartão de crédito, em 243% ao ano.
PRISCILA CASALE