Alckmin e Gleisi cobram do BC redução dos juros

Vice-presidente Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom - Agência Brasil
“Cai com a inflação a razão para subir juros”, disse Alckmin. “Qual a razão dessa ganância” por juros altos?, questiona Gleisi

O vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (10) que não vê possibilidade de aumento de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). “Cai com a inflação a razão para subir juros”, disse Alckmin ao repórter Tales Faria.

O motivo, segundo Alckmin, é o resultado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, divulgado nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. O “mercado” vem fazendo pressão para elevar ainda mais os juros na próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária do BC).

A queda na inflação abre espaço para que o BC reduza a taxa de juros Selic, que é a taxa básica da economia. O acirramento da polarização entre o governo e praticamente toda a sociedade de um lado cobrando a queda das taxas de juros e o Banco Central querendo elevá-las, deverá ser tema da sabatina a que Galípolo será submetido no Congresso, para aprovação de sua nomeação ao comando do BC.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também se manifestou. Ela enviou para o mesmo repórter que entrevistou Geraldo Alckmin, uma declaração defendendo a queda dos juros.

“No mesmo dia em que o IPCA mostra que há deflação, inclusive no preço dos alimentos, o Boletim Focus do BC aponta para aumento dos juros. Qual a razão dessa ganância, se os fundamentos da economia são firmes e só melhoram? Não há lógica nenhuma em contemplar as especulações dessa turma. Precisam deixar o Brasil trabalhar, consumir e produzir”, disse Gleisi.

A presidente do PT e o vice-presidente da República exprimem uma posição praticamente unânime no governo: o temor de uma escalada dos juros num momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de ver a taxa Selic acompanhar o ritmo de queda da inflação.

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