A campeã olímpica Rebeca Andrade afirmou, depois da quinta posição na final do solo das Olimpíadas de Tóquio, que seu maior legado com as façanhas no Centro de Ginástica Ariake foi inspirar as pessoas.
Ouro no salto e prata no individual geral, ela deu à ginástica artística feminina nacional seus dois primeiros pódios olímpicos.
Antes, apenas representantes masculinos da ginástica haviam conquistado medalhas: Arthur Zanetti (ouro nas argolas em 2012 e prata em 2016), Diego Hypolito (prata no solo em 2016) e Arthur Nory (bronze no solo em 2016).
“Acho que as pessoas conheceram bastante o que é a ginástica, a minha história, também a história do esporte. Tive conquistas que foram inéditas para o esporte. E vão inspirar muitas pessoas. Já estão inspirando muitas pessoas”, afirmou a ginasta de 22 anos.
“Isso é um orgulho para mim. Eu estou fazendo a diferença, assim como outras pessoas de outras gerações fizeram a diferença para que eu estivesse aqui. Eu sou muito grata por isso”, disse.
Rebeca vem de uma família humilde da periferia de Guarulhos. Sua mãe trabalhava como empregada doméstica e sustentava os oito filhos em uma casa de um cômodo onde todos dormiam, e banheiro do lado de fora. Graças à ginástica de Rebeca, a família vive em uma casa mais confortável hoje.
Apenas um passo separou Rebeca Andrade de uma terceira medalha olímpica em Tóquio. Nesta segunda-feira (2), a brasileira deu show com o Baile de Favela na decisão do solo das Olimpíadas.
Não fosse um passo para fora do tablado na chegada da primeira acrobacia. Acabou na quinta posição em uma final de nível muito forte. Nada que ofusque o brilho da participação histórica da ginasta.
O Baile de Favela de Rebeca Andrade levantou o Centro de Ginástica Ariake mais uma vez. Foi uma grande apresentação, mesmo com o passo para fora que lhe tirou um décimo. Tirou 14,033 pontos. Por apenas 0,133 pontos não veio o pódio, mas a ginasta saiu do tablado com o sorriso no rosto de uma campeã olímpica.
Atleta do Flamengo, ela aparece nas redes do clube fazendo um agradecimento especial aos torcedores do clube, mas não só a eles. “Estou levando duas medalhinhas para casa”, contou a ginasta, que se disse “muito, muito feliz”.