
Banco espanhol no Brasil faz a festa com os juros do BC
O lucro líquido do banco Santander no primeiro trimestre de 2025 foi de R$ 3,86 bilhões, o que representa um aumento de 27,8% sobre o lucro do mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2024 o lucro (R$ 3,85 bi) aumentou em 0,2%. O espanhol Santander é o terceiro maior banco privado no Brasil, é o primeiro dos grandes bancos a divulgar seus resultados do trimestre. A comunicação foi feita nesta quarta-feira (30).
A receita total foi de 21,06 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 7% em relação ao trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROAE) fixou-se em 17,4% no primeiro trimestre do ano, alta de 3,3 pontos percentuais na comparação interanual.
O Santander Brasil encerrou o primeiro trimestre com uma inadimplência estável e em níveis compatíveis de 3,3%, para operações com atraso superior a 90 dias. Em dezembro, ela estava no mesmo percentual de um ano antes ou em 3,2%
Os resultados continuam amplamente favoráveis para os bancos, em contraste com a estagnação na indústria, sem crescimento nos serviços, com alta sem expressão no comércio, observados desde o segundo semestre de 2024.
A atividade bancária no país vem de vento em poupa há décadas e para o Santander não tem sido diferente. Com as taxas de juros praticados em nossa economia é quase impossível aos bancos não realizarem lucros extraordinários. Os juros de menor custo no crédito pessoal, que são os empréstimos consignados chegam a taxas de mais de 27% ao ano ou 2% ao mês. Sem falar das astronômicas taxas de juros dos cartões de crédito atingindo 450% ao ano.
O dinheiro que não emprestam continua rendendo para eles nas aplicações nos títulos do Tesouro Nacional e nas operações compromissadas, o overnight dos bancos. Tudo a favorecer suas atividades. Em 2024 amealharam a espantosa cifra de quase um trilhão de reais dos cofres públicos.
Insaciáveis nos seus ganhos, os bancos, incluso Santander, encontra-se ainda em plena campanha para o aumento da taxa Selic, que remunera suas aplicações no Tesouro, dos atuais e elevados 14,25% ao ano, os mais altos do mundo, para 15% nos próximos meses.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias, fonte de recursos cada vez mais importante, ficaram em R$ 5,137 bilhões, queda de 6,9% ante o quarto trimestre de 2024, no entanto, um aumento de 5,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Além de ganharem, por exemplo, com nosso dinheiro em depósito, ainda temos que pagar um taxa para “manutenção” da conta.
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 682 bilhões no primeiro trimestre do ano, que representou um aumento de 4,3% na comparação interanual e estável em relação ao último trimestre. A carteira de pessoas físicas, na casa de R$ 252,4 bilhões no final do trimestre, a mais importante para o banco, encolheu 0,9% no trimestre, mas cresceu 2,3% em 12 meses, aos R$ 252,404 bilhões no fim de março.
J. AMARO