Queda foi de 0,2% no primeiro mês do ano, após desabar 6,2% em dezembro
As vendas do comércio iniciaram o ano em queda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no comércio caiu 0,2% no primeiro mês do ano na comparação com dezembro – quando a atividade do varejo já havia despencado 6,2%. O resultado é atribuído ao fim do auxílio emergencial, que agora, quando a crise é ainda maior, o governo reduziu para menos da metade de uma cesta básica,
“Com a diminuição do aporte de recursos do auxílio emergencial, a partir de outubro, a capacidade de consumo das famílias diminuiu, com impacto direto no comércio, levando os indicadores à estabilidade em novembro (-0,1%), uma queda em dezembro (-6,2%), e, agora, outra estabilidade em janeiro (-0,2%)”, afirma Cristiano Santos, gerente da pesquisa, que adiciona ao diagnóstico o aumento da inflação dos alimentos.
Em em relação a janeiro do ano passado, o comércio varejista registrou queda de 0,3%. O indicador acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1%.
Na passagem de dezembro para janeiro, houve queda de 1,6% no setor do varejo que tem mais peso nas vendas: o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas. A queda concorda com a suspensão do auxílio emergencial destinado às famílias que perderam as suas rendas durante a pandemia e que destinavam o benefício à aquisição de produtos de primeira necessidade.
De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em janeiro. Além dos supermercados, caiu o volume de vendas de tecidos, vestuários e calçados (-8,2%), móveis e eletrodomésticos (-5,9%), combustíveis e lubrificantes (-0,1%) e livros, jornais e papelaria (-26,5%).
Varejo ampliado encolhe 2,1%
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, caiu 2,1% sobre dezembro e 2,9% na comparação com janeiro do ano passado.
“Janeiro foi um mês de repique da pandemia, com restrições de funcionamento de estabelecimentos comerciais em alguns estados, que refletiram de maneira mais forte no setor de veículos. Veículos tem o segundo maior peso no comércio, e já vinha de uma queda em dezembro (-3,3%)”, diz Santos.
De dezembro para janeiro, a venda de veículos, partes e peças registrou recuo de 3,6%. A venda de materiais de construção teve variação de 0,3%.