Em 2023, aumento médio foi de 14,38%, muito acima da inflação (4,62%)
As operadoras de planos de saúde apresentaram um lucro líquido de R$ 3 bilhões no ano passado, o melhor resultado pós-pandemia de Covid-19, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Em 2023, os preços dos planos de saúde coletivos subiram 14,38%, em média, conforme a ANS, quando a inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 4,62%. Em 2022, o aumento havia sido de 11,54%.
Em alguns casos, no ano passado, os aumentos dos valores pagos nos planos ultrapassaram os 20%, como SulAmerica (21,8%), Bradesco Saúde (25,1%) e Amil (23,5%), segundo sondagem da empresa financeira XP, com base em dados da ANS, que projeta para este ano mais um aumento superior a dois dígitos nos preços dos convênios.
Ao todo, são cerca de 50,9 milhões de pessoas atendidas pelos planos de saúde no país, sendo 88% deles ligados aos planos coletivos por adesão ou corporativos – em que os reajustes dos valores são negociados entre as seguradoras e os contratantes.
O lucro líquido de precisamente R$ 2,98 bilhões em 2023 contra R$ 606 milhões em 2022 demonstra uma clara recuperação do setor, segundo a ANS.
“O que mostram os dados financeiros do setor de 2023 é sem dúvida uma curva de recuperação. Uma das provas é o fato de que em cinco anos, entre 2018 e 2023, o volume de recursos e ativos financeiros do setor praticamente duplicou, de R$ 59 bilhões para R$ 113,3 bilhões”, declarou Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, ao divulgar o lucro das operadoras em meados de abril. O lucro foi garantido pelo resultado financeiro que pulou de R$ 9,7 bilhões em 2022 para R$ 11,2 bilhões em 2023, principalmente decorrente de aplicações financeiras.
DESCASO
Com valores cada vez mais caros a cada ano, os planos de saúde seguem liderando o ranking de queixas e reclamações de consumidores do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Em 2023, o setor de planos de saúde correspondeu a 29,3% do total das reclamações, atingindo o maior percentual em relação aos outros temas desde 2018. Em seguida, estão as queixas contra os serviços financeiros (19,4%), demais serviços (13,7%), problemas com produtos (9,5%) e telecomunicações (8,2%).
“Com exceção do primeiro ano da pandemia, quando serviços financeiros lideraram levantamento, os planos de saúde são o setor com mais problemas”, disse o Idec, ao divulgar o estudo.
Entre as principais queixas contra os planos de saúde, estão: dúvidas e reclamações a respeito de contratos, que envolvem, principalmente, descredenciamentos e problemas com reembolsos (29,7%); reajustes de planos de saúde (29,7%) e negativa de cobertura (8,74%).
De acordo com a ANS, no primeiro trimestre deste ano foram registradas 2.354 reclamações de usuários de planos coletivos. O resultado reflete apenas as queixas de beneficiários, sem análise sobre eventual infração da operadora, e corresponde a 28% das queixas recebidas pelo órgão em 2023.
Otima noticia
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