A política econômica neoliberal do governo de Mauricio Macri levou o desemprego na Argentina a seu nível mais alto em treze anos: 10,1%, o que significa que atinge 2.133.000 pessoas.
A recessão em que o país vive golpeou principalmente a indústria, a construção e o comércio. A capital, Buenos Aires, e cidades próximas são as mais afetadas.
O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) informou que o índice representa 250.000 novas pessoas sem trabalho em todo o país no primeiro trimestre do ano. De acordo com o informe do organismo isso representa um aumento de um ponto percentual em relação a 2018, que teve a taxa de desemprego em 9,1%. A população do país é de 44,3 milhões de pessoas.
O Instituto assinalou que a taxa de emprego reduziu-se de 42.4% para 42.3%, vis a vis a população do país, o que representa um total de 17.200.000 argentinos com algum tipo de ocupação, dos quais só 13 milhões contam com um salário fixo.
O emprego não registrado ficou em 35%, que representa um aumento de mais de 1,1%, o que equivale a 200.000 a mais em relação a 2018 trabalhando de maneira informal.
Para piorar a situação, se registrou um aumento dos preços ao consumidor de 3.1% no mês de maio e se estima em 57,3% a inflação interanual. Já os reajustes salariais previstos para este ano pelos sindicatos devem ficar em 25% em média, bem abaixo da inflação.
No ranking regional elaborado pelo Observatório de Políticas Públicas da Universidade de Avellaneda, a Argentina deixou de ter o salário mínimo mais alto da América Latina, 602 dólares (2300 reais) em 2015, e agora ocupa o sétimo lugar, com 263 dólares (1.094 reais), atrás do Uruguai (452 dólares), Chile (443), Equador (386), Paraguai (362), Bolívia (296) e Peru (282).
Estatísticas oficiais de 2018 recém-publicadas pelo governo dão a dimensão do problema: 32% dos argentinos são pobres, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior.
São, na prática, 2,7 milhões de pessoas que caíram para abaixo da linha de pobreza no intervalo de apenas um ano. Delas, cerca de 800 mil vivem na indigência.
Os idosos também são um grupo economicamente vulnerável: a aposentadoria mínima – recebida por cerca de 70% dos 8 milhões de aposentados do país – é de R$ 940.
Ou seja, para grande parte da população, a conta simplesmente não fecha.