Com nova fábrica, Cuba amplia produção própria de vacinas contra Covid

Complexo Industrial Biotecnológico de Mariel (Prensa Latina)

Com nova fábrica, Cuba amplia produção própria de vacinas contra Covid

Cuba prepara o novo Complexo Industrial Biotecnológico de Mariel – inaugurado na segunda feira (01), para iniciar a produção em larga escala de vacinas e medicamentos contra a Covid-19, informaram nesta sexta-feira autoridades da indústria médica.

 “Queremos dedicar uma parte importante destas instalações para a fabricação da vacina Abdala e por isso decidimos que será o primeiro produto a ser feito”, disse o presidente da estatal BioCubaFarma, Eduardo Martínez.

Sob embargo dos Estados Unidos desde 1962, Cuba começou a desenvolver suas próprias vacinas na década de 1980 e possui três imunizantes próprios contra o coronavírus, os primeiros da América Latina: Abdala, Soberana 02 e Soberana Plus, que aguardam aprovação da Organização Mundial de Saúde.

Até a quinta-feira (04), 7,4 milhões de pessoas foram vacinadas por completo na ilha, o que representa 66,3% de sua população. As autoridades informaram que têm as doses totais necessárias para imunizar seus 11,2 milhões de habitantes e que este complexo fabricará vacinas para enviar a outros países, contribuindo assim para a vitória sobre a pandemia no mundo.

Cuba registrou no último mês uma diminuição sustentada nas infecções e mortes. O país apresenta um total de 954.948 casos e 8.258 mortes desde março de 2020.

Essa nova planta começará a produzir na segunda quinzena de dezembro uma linha de 12 mil frascos de imunizantes por hora e deverá fabricar mais de 30 milhões de doses nos próximos meses.

O presidente Miguel Díaz-Canel esteve na inauguração do  Complexo, localizado a 60 quilômetros de Havana. “Aqui vão investigar, desenvolver e produzir novas vacinas e medicamentos para o tratamento de doenças que constituem os principais problemas de saúde em Cuba e no mundo”,  assinalou.

Mesmo ainda sem o reconhecimento da OMS, alguns países como Argentina, Irã, Venezuela e México já demonstraram interesse pelas vacinas cubanas.

Segundo cientistas cubanos, tanto a Abdala quanto a Soberana 02 são mais de 90% eficazes contra o aparecimento dos sintomas da doença.

Os outros medicamentos que serão fabricados são contra o câncer, doenças infecciosas e autoimunes, além do Jusvinza, produto biotecnológico nacional que apresentou grande eficácia em pacientes graves com Covid-19 com hiperinflamação.

Doses de reforço das vacinas contra o vírus

Em meio a uma diminuição sustentada de casos de Covid-19 e com dois terços de sua população vacinada, Cuba começará na próxima semana a aplicar um reforço de suas vacinas contra o vírus, que, no caso, será através de uma quarta dose.

Para o reforço será utilizada a Soberana Plus, que é o complemento de duas das três vacinas que os cientistas cubanos criaram e que a autoridade sanitária aprovou e distribuiu por toda a ilha. Uma amostra de sua autonomia e independência em saúde.

A razão pela qual será aplicada uma quarta dose é porque o esquema completo dessas vacinas, Abdala e Soberana 02, é composto por três doses. Ou seja, uma a mais que as que são comercializadas na maioria dos países.

“Esta vacinação de reforço será em dose única e será inoculada às pessoas de todos os municípios que possuam as três doses, ou seja, o esquema vacinal completo”, anunciou a vice-diretora de Saúde de Havana, Nilda Roca.

Assim, Cuba se junta ao grupo de países que já aplica uma dose extra para manter o controle e a queda da pandemia. E o faz com vacinas elaboradas pelo Estado e pelos seus próprios cientistas.

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